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Fachada da sede do Nubank em São Paulo. | Nubank/Divulgação
Fachada da sede do Nubank em São Paulo.| Foto: Nubank/Divulgação

Cielo, Pagseguro e outras adquirentes que se cuidem (ou se reinventem): a Tencent vem aí. Este é o recado que os analistas do Itaú BBA passaram a investidores nesta semana, após o anúncio de que a gigante chinesa comprou uma fatia minoritária do Nubank.

Além de aumentar o valuation da unicórnio brasileira para US$ 4 bilhões, a parceria pode criar uma nova frente de ataque para a empresa. Até agora, o Nubank tem como principal produto um cartão de plástico e a maior parte de sua tecnologia gira em torno de melhorar este produto. A Tencent é uma das maiores disseminadoras de meios de pagamento muito menos palpáveis — e com muito mais “cara de futuro”.

Líder da revolução dos meios de pagamento na China junto com a Alibaba, a Tencent não dá ponto sem nó. O grupo controla marcas como WeChat, Tenpay, Riot Games e QQ Games. Todas, de alguma maneira, se transformaram em máquinas de fazer dinheiro via plataformas móveis.

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O próprio Nubank sabe que produtos de plástico não têm futuro e deixou no ar a possibilidade de criar produtos ainda mais disruptivos com apoio da chinesa. 

“O Nubank foi criado para ser uma alternativa para o tão concentrado sistema bancário brasileiro, devolvendo pras pessoas o controle sobre o próprio dinheiro”, disse o CEO David Velez na ocasião do investimento. “Como o nosso objetivo é expandir cada vez mais o nosso alcance e ter um produto para cada brasileiro, esperamos aprender muito com a experiência da Tencent na China”, complementou.

E quando as pessoas fazem transações financeiras diretamente através de seus celulares, especialidade da Tencent, elas não precisam de maquininhas de pagamentos ou redes de cartões.

“Investidores podem interpretar essa transação como um passo na direção de uma revolução semelhante no Brasil, com potenciais impactos negativos a adquirentes listadas no futuro”, escreveram os analistas do BBA.

Ainda assim, os mesmos analistas recomendam compra para ações da PagSeguro e mantêm neutralidade para as da Cielo. Na Bolsa de Nova York, onde os papéis da dona da Moderninha são negociados, a empresa teve uma desvalorização de 10% nesta quarta-feira (19). A Cielo, listada na bolsa brasileira, estava praticamente estável (0,32%) às 16h10 mesmo com o Ibovespa em queda de 2,28% no mesmo horário. 

Novos meios de pagamento não são a única ameaça a adquirentes brasileiras. Nos últimos meses, a emergência de nomes como Stone (prestes a abrir capital nos Estados Unidos), SafraPay, POP Credicard, Sumup e SuperGet vem pressionando adquirentes mais antigas a diminuírem suas taxas ao limite para atrair novos nichos de mercado. A corrida ficou conhecida como “guerra das maquininhas” e deve ver novos capítulos com a emergência de novos formatos de pagamento — quer o Nubank participe ou fique fora do movimento.

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