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A Apple demonstrou nesta segunda-feira (8) as novas versões de seus sistemas operacionais iOS 9 (iPad, iPhone e iPod touch), OS X El Capitan (Mac) e watchOS 2 (para seu relógio inteligente). Os programas estão disponíveis para desenvolvedores cadastrados testarem e serão lançados entre setembro e dezembro, para casar com a chegada dos futuros iPhones.

Entre as novidades mais chamativas está a melhoria na assistente virtual Siri, que passará a funcionar mais como seu “rival” do sistema Android, o Google Now.

Na nova versão, a Siri vai dar sugestões com base em mensagens recebidas pelo smartphone. Por exemplo, se o usuário receber um e-mail com um pedido de um interlocutor (“Pode comprar pão?”), a Siri pode automaticamente criar um lembrete com isso -o exemplo é bastante similar ao demonstrado há duas semanas pelo Google com o chamado Now on Tap.

Outra situação mostrada pela Apple foi um convite recebido por e-mail para jantar -a Siri, então, mostra o endereço e o telefone do restaurante e um app para fazer a reserva.

Numa nova “central” da Siri, onde é possível iniciar as buscas ou fazer comandos usando a voz, a assistente sugere contatos, aplicativos e até notícias que possam interessar ao usuário, com base no histórico de atividade, especialmente o conteúdo recentemente consultado.

A “inteligência” da assistente, como intitulou a mudança a fabricante do iPhone, envolve também uma busca mais “profunda” nos aplicativos: o resultado de uma consulta pode levar a páginas dentro do aplicativo, e não simplesmente abri-lo.

Tal tipo de varredura feita pela assistente pode levantar preocupações de privacidade, da mesma maneira que em relação ao Google Now. Em sua defesa, a Apple disse que toda solicitação é tratada de maneira anônima por seus servidores e não fica atrelada à identidade do usuário na rede -somente a seu aparelho.

Segundo a Apple, a Siri teve sua taxa de erro nas interpretações de comandos de voz reduzida para 5%, apesar de a empresa não divulgar se o número vale só para a versão em inglês da assistente ou para todas as línguas.

Notícias

Com o News (Notícias), um novo aplicativo que substitui o Newsstand (Banca) e tem funcionamento que lembra o do Flipboard, o usuário permitirá a agregação de conteúdo de sites e blogs.

Seu layout é semelhante ao de uma revista virtual, e há conteúdo personalizado por parceiros, como o jornal “The New York Times”, a editora Condé Nast (“Vanity Fair”, “Wired”) e o canal esportivo ESPN, que poderão faturar com os anúncios apresentados no que publicarem.

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Recentemente, o Facebook apresentou uma função para seu app para celulares chamada Instant Articles, por meio do qual essas mesmas companhias de mídia poderão divulgar conteúdo jornalístico ou de entretenimento, evitando que o usuário deixe o aplicativo para ler algo.

A princípio, o News estará disponível na Austrália, nos EUA e no Reino Unido.

Janelas

Uma outra novidade é a possibilidade de usar múltiplas janelas no iPad, algo anteriormente introduzido em tablets com Android e no Surface, da Microsoft. Será possível, dessa maneira, alternar entre os apps de Facebook e Twitter sem deixar o Gmail, por exemplo.

O aplicativo Mapas ganhou dados de transporte público em algumas cidades (nenhuma no Brasil), como Berlim, Chicago, Cidade do México e Nova York, além de dez municípios chineses. Uma vantagem em relação ao Google Maps (que tem dados do tipo desde 2007) é que o serviço da Apple mostrará o desenho de estações subterrâneas, com cada uma das saídas para a rua.

O sistema de pagamentos Apple Pay, que ganhou um rival na semana passada com o anúncio do Android Pay, será integrado a programas de fideliade de, por exemplo, Walgreens e Coca-Cola, por meio do novo aplicativo Wallet (substitui o Passbook), que também agrega informações de cartão de crédito.

O Pay chegará no mês que vem ao Reino Unido, anunciou a Apple, com 250 mil estabelecimentos prontos para faturamento com o iPhone, além da compatibilidade com o sistema de transporte público de Londres. A empresa diz ter parceria com 2.500 bancos para a plataforma.

A Apple anunciou ter chegado ao número de 1 milhão de pontos de venda que aceitam o sistema nos EUA, além de uma parceria com a empresa Square para levar os necessários leitores NFC a pequenos comércios, com um dispositivo que será vendido por US$ 49 a partir de setembro.

Quando for lançado, “nas próximas semanas”, o Android Pay será aceito em 700 mil estabelecimentos nos EUA.

A empresa diz que também há muitas mudanças por debaixo dos panos a título de melhora de desempenho e prolongação da vida de bateria dos aparelhos.

Mac

O OS X El Capitan (o nome é uma referência a um pico californiano) tem como uma de suas mudanças a chegada do software de aceleração gráfica Metal, originalmente do iOS, que permitirá jogos até dez vezes mais rápidos e geração de conteúdo computacional animado em até um oitavo do tempo.

No geral, o sistema ficou 40% mais rápido para abrir aplicativos e até duas vezes mais rápido para alternar entre eles.

Entre as mudanças no uso, haverá novos gestos que poderão ser usados por meio do touchpad, de maneira similar ao comportamento de aplicativos de smartphone: para apagar um e-mail, basta deslizar com dois dedos sobre a mensagem para a esquerda. O gerenciamento de janelas ganhou mais funções, como a possibilidade de arrastar programas para cima e organizá-las na barra superior (algo como a barra de tarefas na parte inferior da tela no Windows).

A busca Spotlight ficou mais “humana”, permitindo o uso de frases como “documentos que abri em fevereiro” ou “fotos que tirei em junho passado” (em inglês, a princípio).

Watch

Menos de seis semanas da chegada ao mercado de seu smartwatch, a Apple anunciou a segunda versão de seu sistema operacional, intitulada watchOS 2. Com ele, desenvolvedores poderão criar apps “nativos” (em contraste com adaptações dos feitos para o iOS), supostamente mais rápidos e mais capazes.

Uma função chamada Time Travel permitirá ao usuário avançar ou retroceder em sua agenda para ver eventos futuros ou passados -e tomar atitudes em relação a eles- usando o botão giratório do relógio, ainda indisponível no Brasil.

Outras capacidades que ganhou o Watch são a reprodução de pequenos arquivos de áudio e de vídeo e a possibilidade de responder a e-mails ou mensagens com o auxílio do microfone. Integração mais profunda à Siri e ao Maps também foi anunciada.

Entre outras funções citadas na apresentação principal do WWDC -congresso com 5.000 desenvolvedores, realizado até a sexta (12)- estão a abertura do código da linguagem de programação Swift (que ganhou uma nova versão, depois de sua estreia no WWDC do ano passado) e a do CarPlay (que permitirá às fabricantes automotivas personalizar a interface do sistema dependendo do tamanho da tela no painel).

O HomeKit e o HealthKit, plataformas para a comunicação entre aplicativos e dispositivos respectivamente de casa conectada e de saúde/exercício, também ganharam melhorias que serão detalhadas para os programadores presentes ao longo da semana.

* O repórter viajou a convite da Apple

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