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Agronegócio

Novo entreposto facilita liberação de grãos vindos do Paraguai

Com escritório na fronteira, Brasil espera movimentar uma parcela maior das exportações agrícolas do país vizinho foz do iguaçu

Escritório receberá cargas paraguaias que circulam em trânsito por território brasileiro, com destino aos portos | Cristhian Rizzi/ Gazeta do Povo
Escritório receberá cargas paraguaias que circulam em trânsito por território brasileiro, com destino aos portos (Foto: Cristhian Rizzi/ Gazeta do Povo)

O desembaraço fitossanitário entre Brasil e Paraguai deve ficar mais rápido e barato, aumentando a competitividade do agronegócio, com a inauguração de um escritório da Superintendência Federal de Agricultura do Paraná (SFA/PR) na fronteira. O entreposto, situado na Administração Nacional de Navegação e Portos (ANNP), em Ciudad del Este, cidade vizinha a Foz do Iguaçu, facilitará a retomada do escoamento de grãos do Paraguai via portos de Paranaguá e Antonina, objetivo comum dos governos dos dois países.

O escritório será coordenado pelo Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e inicialmente receberá cargas paraguaias que circulam em trânsito por território brasileiro – a maior parte de soja. Fiscais do Ministério da Agricultura do Brasil e Paraguai atuarão em conjunto, proporcionando maior agilidade nas liberações. Antes, o serviço demorava cerca de 24 horas. A partir de agora, a expectativa é de que passe a ser feito em 12 horas.

Hoje, 95% da produção de grãos do Paraguai é exportada por outros países e portos, a maior parte pela Argentina, via fluvial. Somente 5% passam pelo Brasil. Com o entreposto e a maior rapidez no desembaraço fitossanitário, o Brasil pretende reverter esses números ampliando para pelo menos 30% as exportações paraguaias pela fronteira. O Paraguai produz cerca de 12 milhões de toneladas de grãos, dos quais 8 milhões são de soja e 2 milhões, de milho.

O Diretor de Comércio Exterior da Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi), Mário Camargo, diz que a estimativa é de que o preço do frete para cargas que passem por este tipo de desembaraço fique 20% mais barato daqui para a frente. Na avaliação dele, o trabalho integrado é um avanço. "A parte fitossanitária é a mais morosa e subjetiva. Então, se o veículo for liberado aqui, ele não vai ter mais problema de rechaço", diz.

Camargo acrescenta que a movimentação paraguaia via Porto de Paranaguá já está sendo retomada. Para este ano já foram contratadas cerca de 100 mil toneladas de soja, com embarque previsto até setembro. A exportação por Paranaguá foi interrompida há cerca de oito anos, após a proibição do ingresso de soja transgênica no porto durante o governo Roberto Requião.

Para o superintendente federal de Agricultura no Paraná, Daniel Gonçalves Filho, o entreposto vai trazer maior segurança fitossanitária. "Essa inauguração vai proporcionar um ganho maior, que é reforçar a fiscalização fitossanitária e, como consequência, o ganho econômico", diz.

Procedimento

Embora o procedimento de liberação fitossanitária esteja unificado, os caminhões com cargas paraguaias ainda precisarão passar pelo Porto Seco de Foz do Iguaçu para fazer o trâmite alfandegário da Receita Federal do Brasil (RFB). Brasil e Paraguai já têm uma alfândega integrada em Ciudad del Este; no entanto, o entreposto é dirigido apenas para atender exportações brasileiras.

A abertura do escritório é uma ação prevista no Acordo de Facilitação do Comércio Internacional (Acordo de Recife), cujo teor prevê a aplicação de medidas técnicas e operacionais para regular o controle integrado de fronteiras entre os países do Mercosul.

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