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Estados Unidos

Novo plano acena com o fim do impasse

Projeto apresentado por representantes dos dois partidos aumenta limite de endividamento, mas corta US$ 3,7 trilhões do orçamento nos próximos dez anos

O presidente Barack Obama fez uma pronunciamento ontem elogiando o plano apresentado pela Gangue dos Seis, nome do grupo de senadores que bolou o programa | Mandel Ngan/AFP
O presidente Barack Obama fez uma pronunciamento ontem elogiando o plano apresentado pela Gangue dos Seis, nome do grupo de senadores que bolou o programa (Foto: Mandel Ngan/AFP)

Washington - Um plano talhado por seis senadores – três republicanos, três democratas – foi elogiado pelo presidente Barack Obama e bem recebido por políticos e analistas americanos como possível solução para enxugar a trilionária dívida dos Estados Unidos e evitar o calote.

Pelo plano, o governo esticaria seu limite de endividamento, mas eliminaria de seu orçamento US$ 3,7 trilhões (quase o PIB da Índia) nos próximos dez anos, 65% dos quais viriam por meio de cortes de gastos e 35%, via arrecadação de impostos.

A proposta feita ontem pela chamada Gangue dos Seis eclipsou dois planos prévios. O primeiro, bipartidário, é contingencial e permitiria ao presidente subir o limite do endividamento americano para evitar um calote, mas sem um crucial ajuste fiscal. O outro, promovido pelos republicanos na Câmara, foi batizado como "corte, restrinja e equilibre" e foi aprovado na noite de ontem, mas é considerado simbólico, porque não deve passar no Senado, onde o governo tem ampla maioria. O projeto prevê cortes severos no orçamento, mas sem aumento de receita (impostos); pede que o governo limite seus gastos a menos de 20% do PIB (hoje em quase US$ 15 trilhões); e permite elevar o teto da dívida em US$ 2,4 trilhões apenas se o Congresso aprovar os cortes.

Eleições

A multiplicidade de planos – e a falta de um cronograma detalhado de cortes – expõe a cacofonia na negociação sobre a dívida.

Em parte, isso ocorreu porque os políticos dos dois partidos viram na discussão uma espécie de faixa de largada para as eleições gerais de 2012, e a reduziram a um debate sobre a participação do governo federal na economia.

O plano promovido pela Gangue dos Seis encontra forte oposição do movimento ultraconservador Tea Party, que acusa Obama de ser perdulário e inepto -embora a origem da dívida remonte ao governo de George W. Bush, com duas guerras e o estouro de uma bolha de crédito. O presidente da Câmara, o republicano John Boehner, também exortou o voto contra o aumento de impostos.

Mas muitos analistas conservadores, parte dos legisladores de oposição e uma fatia significativa de sua base eleitoral, segundo pesquisas, veem no plano uma vitória. Afinal, ela resultaria em uma drástica redução de gastos do governo calcada em cortes sociais, como defendem os republicanos. A dívida americana é hoje de US$ 14,3 trilhões, quase o PIB do país, e atingirá o teto em 2 de agosto.

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