As novas unidades da Refinaria Presidente Getúlio Vargas serão insta-ladas dentro da área atual da Repar, de dez quilômetros quadrados o equivalente a 1,3 mil campos de futebol. Apesar do investimento expressivo, o volume de petróleo processado diariamente subirá apenas 10%, para cerca de 220 mil barris por dia, mantendo a Repar como quinta maior refinaria da Petrobrás. O foco dos projetos está no aumento da proporção de óleo nacional refinado, que subirá de 70% para 100%, e na adoção de novos equipamentos e tecnologia para extrair do óleo bruto uma quantidade maior de derivados de alto valor agregado.
Usando só petróleo nacional (bastante viscoso), mais barato que o importado (mais leve), a Petrobrás vai economizar na matéria-prima quando construiu seu parque de refinarias, a empresa estava muito longe da auto-suficiência, e por isso os equipamentos eram feitos para receber quantidades grandes de óleo leve. O custo para processar o petróleo pesado é bem maior, mas a recompensa se dará na venda dos produtos mais nobres, como diesel e gasolina de alta qualidade. No balanço final, o lucro será maior.
Entre os derivados, as principais novidades serão o coque (sólido que serve de insumo para siderúrgicas e usinas de alumínio, cimento e termelétricas), o gás propeno (matéria-prima da indústria petroquímica) e os solventes hexano comercial (para o mercado de extração de óleos vegetais) e petrosolve (para a indústria de tintas e diluentes). Por sinal, o propeno já atraiu a Suzano Petroquímica. A empresa confirmou, em março, que vai construir uma fábrica de polipropileno no Paraná.
Sem definir a cidade onde vai instalar a unidade, a Suzano informou que o investimento será de US$ 216 milhões (R$ 422 milhões), para uma produção anual de 200 mil toneladas de polipropileno, produto usado por toda a indústria de plástico. Especulou-se que, para viabilizar uma fábrica no estado, a produção de propeno teria de chegar a 300 mil toneladas por ano mas, por enquanto, a Repar diz que fornecerá somente 150 mil toneladas anuais à Suzano.
Outro investimento, que não está incluído no pacote de US$ 2,5 bilhões, está sendo feito para a produção de óleo diesel por meio do processo H-Bio (no qual o óleo vegetal é misturado ao diesel, reduzindo o teor de enxofre). O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê aplicar R$ 120 milhões no projeto neste ano e mais R$ 30 milhões até 2010. A meta é processar 58,4 milhões de litros de óleo vegetal em 2007 a produção ainda não começou e 256 milhões em 2008. (FJ)



