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Tecnologia construtiva

Perfis de madeira para apressar e economizar

Comum nos Estados Unidos, no Canadá e na Alemanha, a tecnologia wood frame, que utiliza estruturas com perfis de madeira, também começa a ganhar adeptos no país.

Sua vantagem é diminuir drasticamente o tempo de trabalho e o número de funcionários para a execução de uma obra. "Com essa tecnologia, é possível fazer uma casa de 160 metros quadrados em 20 dias, com cerca de 17 trabalhadores e uma redução de 80% na produção de resíduos", afirma Caio Bonatto, diretor da Tecverde. A empresa curitibana acaba de concluir a primeira casa "modelo" com a tecnologia importada da Alemanha. A expectativa é vender entre duas e quatro casas por mês.

As construtoras estão investindo em treinamento e novos métodos construtivos para reduzir os custos e o número de pessoas nos canteiros. De acordo com Euclésio Fi­­nat­­ti, vice-presidente da área técnica e de política e relações trabalhistas do Sinduscon, o setor vem acelerando ações para evitar um "apagão" de mão de obra qualificada. A entidade promove, em parceria com o Senai, cursos gratuitos como oficina matemática no canteiro de obra, manutenção predial, serviços elétricos, leitura e interpretação de projetos. Há cursos promovidos na própria obra para mestre de obras, pedreiros e serventes, bancados pelas construtoras. Para ele, um dos grandes desafios é superar a imagem negativa das condições de trabalho na construção civil que ainda se mantém viva na cabeça de muita gente. "Não existe mais aquele funcionário que come marmita fria, não usa e­­quipamentos de segurança e que está sempre com roupas sujas, uma imagem que era comum há dez anos. Hoje a construção mu­­dou e se profissionalizou", afirma.

Essa visão talvez ajude a explicar o fraco resultado do programa do governo federal para inserir novos trabalhadores no setor. Patrocinado pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o programa Próximo Passo – que foi lançado inicialmente com o nome de Plano Setorial de Qualificação (Planseq) – ensina beneficiários do Bolsa Família para funções como pedreiros, azulejistas, carpinteiros e eletricistas. O programa tem recursos de R$ 150 milhões para todo o país. Mas, um ano e meio após ser lançado, não cumpriu nem 30% da meta, de treinar 180 mil pessoas. No Paraná os números são ainda piores. Menos de 10% das 7,2 mil vagas dos cursos, que são gratuitos, foram preenchidas.

O objetivo é atrair para a construção pessoas que nunca pisaram em um canteiro de obras, gente que está sem emprego e que depende do Bolsa Família para sobreviver. "Mas o que nós vimos desde que o programa foi lançado foi um grande desinteresse dos beneficiários em entrar nesse setor. Algumas pessoas já atuam em outras atividades na informalidade e preferem não investir nesse segmento, diz Finatti.

As construtoras também vêm adotando novas tecnologias para re­­duzir o tempo e a quantidade de mão de obra no canteiro, como a in­­dustrialização e a chamada alvenaria estrutural, que não usa pilares e vigas de concreto. "Com ela, a o­­bra é 25% mais rápida e mais limpa do que a convencional", diz Normando Baú, da construtora Baú. De acordo com ele, outras tecnologias, como a do concreto celular – produzido pela mistura de cimento, cal, areia e pó de alumínio – também para ajudam a reduzir o entulho e dão rapidez aos trabalhos. "Com a pressão dos custos, casa vez mais o setor terá de buscar alternativas para economizar e reduzir o tempo das obras".

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