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Negócios

O chinelo de ficar em casa vai longe

Família de Curitiba começou vendendo o produto em feiras de rua há 30 anos. Hoje a marca está em 20 cidades brasileiras

Empresária Marciclea Abrão aprendeu a fazer chinelos de tecido com a avó Zoraide | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Empresária Marciclea Abrão aprendeu a fazer chinelos de tecido com a avó Zoraide (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Boa parte das lembranças de infância da empresária Marciclea Suares Abrão, 32 anos, trazem a imagem da avó, da mãe e da tia sentadas na sala, conversando enquanto costuravam. A cena de harmonia familiar era também trabalho duro. Já faz 30 anos que os chinelos de tecido que a curiosa dona Zoraide havia aprendido a fazer com uma vizinha são a base de um negócio que hoje é o carro-chefe do orçamento da família. "Teve altos e baixos, épocas de vender bem, épocas em que as vendas caíam, mas sempre deu para sobreviver", recorda-se Marcicleia, conhecida como Marci.

Das vendas de porta em porta e das feirinhas de artesanato em Curitiba, os chinelos e as pantufas começaram a ser oferecidos para lojas de presentes no país todo. Hoje, estão em 20 cidades de São Paulo, Rio Grande do Sul, Amazonas, Ceará, Bahia e Rio de Janeiro, para citar alguns estados. A produção que vai para fora – em torno de 3 mil pares – já supera o que é vendido em Curitiba. Ainda mantendo o tom artesanal dos produtos, a Raquel Chinelos (nome da tia de Marci) está em vias de exportar outra parte do que produz.

Expansão

A marca começou o processo de expansão pouco após o falecimento de Zoraide, no início dos anos 2000. A primeira iniciativa foi abrir quiosques em shopping centers da capital. A ideia foi do avô de Marci, Augusto Pessoa dos Santos, hoje com 77 anos. Antes vendedor de hortifrutis, ele começou a ajudar no negócio depois que um infarte o afastou do trabalho, em 1985.

Depois, Santos sugeriu a venda por atacado. Pela internet, ele e Marci identificaram país afora que lojas tinham o perfil para se interessar em vender os chinelos. Também ofereciam os produtos em feiras de São Paulo. Em Curitiba, os produtos podem ser encontrados nas feiras no Largo da Ordem e na Praça Rui Barbosa – o quiosque no Shopping Jardim das Américas passa por reforma. A marca tem show room anexo à fabriqueta, no bairro Pinheirinho.

Ninguém na família tem formação em negócios, mas de certa forma uma união de habilidades acabou suprindo isso. Marci ajuda no controle financeiro e na administração. Augusto é bom em achar matéria-prima em conta e identificar oportunidades de negócios. A tia da empresária, Raquel, criou diversos modelos, entre eles a pantufa que parece um chinelo com salto plataforma e é o best seller da marca.

Por causa da variedade de modelos, a marca tem mantido um público diversificado, que abrange jovens e idosos, mesmo que o "chinelo de ficar em casa" seja uma ideia típica da vovó que dona Zoraide era. "É mais o conforto mesmo, não sei explicar. É como um pijama, um complemento para o descanso de fim do dia", conta Marci.

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