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centenário

O primeiro paranaense quatro estrelas

Ayrton Pereira Tourinho foi o primeiro militar paranaense a conquistar a mais alta patente do Exército

O general Ayrton Pereira Tourinho na posse no comando da 5ª regiao em Curitiba, em 1971. | Fotos/Arquivo de família
O general Ayrton Pereira Tourinho na posse no comando da 5ª regiao em Curitiba, em 1971. (Foto: Fotos/Arquivo de família)

O mês de março de 2015 marca o centenário do general Ayrton Pereira Tourinho, consagrado como o primeiro paranaense a conquistar o título de general quatro estrelas do Exército. Campeão de xadrez e apaixonado por esportes, ele descende da família Tourinho, que participou ativamente do desenvolvimento de Curitiba e do estado do Paraná.

Ayrton Pereira Tourinho, nascido em 13 de março de 1915, já estava destinado a ter uma carreira dedicada às armas. Em casa, admirava o pai, o coronel Plínio Alves Monteiro Tourinho, um dos fundadores da Universidade Federal do Paraná, o tio, general Mário Alves Monteiro Tourinho, um dos heróis do cerco da Lapa, e o avô, o capitão-engenheiro Francisco Antônio Monteiro Tourinho, um dos construtores da Estrada da Graciosa e da ferrovia que liga Curitiba a Paranaguá.

Ao começar a carreira militar como aspirante, em 1934 e, ainda solteiro, Ayrton não imaginava que seria o primeiro paranaense a alcançar o posto mais alto do exército. Aos 19 anos, trabalhou no 5.º Batalhão de Engenharia e ajudou a construir as rodovias Curitiba-Capela da Ribeira e Curitiba-Joinville, além da Estrada da Ribeira. No posto de coronel, comandou o Batalhão Ferroviário de Rio Negro, que construiu a linha entre Rio Negro e Lages, em Santa Catarina.

Durante o caminho, no agitado ano de 1939, marcado pelo início da Segunda Guerra Mundial e do pelo decreto do presidente Getúlio Vargas, que criava o Departamento de Imprensa e Propaganda, o futuro General Tourinho conheceu Gleuza Medeiros, com quem se casou. Eles tiveram três filhas, nove netos e dezenove bisnetos.

No início da década de 1940, o General Tourinho serviu em Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul, onde trabalhou construindo pontes, estradas de ferro e de rodagens, tarefa do exército naquela época. A viagem continuou, e no ano seguinte foi para os Estados Unidos, e quase se envolveu na Segunda Guerra Mundial. “Por sorte a Guerra acabou e ele não precisou servir”, lembra Glay Miró Tourinho, filha do general.

Reconhecido pelo trabalho, o paranaense foi designado responsável pelo Comando Militar na Amazônia. Em Rio Negro, no Paraná, assumiu o mais alto posto nos Batalhões Ferroviários, atuando durante o Golpe Militar de 1964. Em 1965, foi nomeado adido militar na Embaixada do Brasil no Chile. Também chefiou o Departamento de Vias e Transportes do Exército; foi comandante da Escola Superior de Guerra; chefe do Departamento Geral do Pessoal; do Departamento de Engenharia e Comunicações do Ministério do Exército. A trajetória chegou ao fim em 2 de dezembro de 2005, quando o general faleceu, aos 90 anos.

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