O site que virou loja

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Antes de fazer sua própria panela de cerveja, Daniel Wolff tratou de compartilhar muita informação com quem estava interessado na bebida artesanal, fosse para consumo ou produção. Foi assim que criou o Mestre Cervejeiro.com, site de conteúdo sobre a cultura da cerveja, lançado em 2004. Em vídeos e textos sobre fabricação, mercado, curiosidades e harmonização, o Mestre matou a curiosidade de quem queria saber mais sobre cerveja artesanal. Faltava saciar a sede do consumidor que ele atiçou pela internet.

Foram cinco anos de posts especializados, enquanto virava referência no assunto e ajudava a fomentar o mercado de minicervejarias e cervejeiros de fundo de quintal que hoje faz de Curitiba um dos polos nacionais do segmento. A primeira loja da marca foi aberta em 2009, no shopping Hauer, no bairro Batel, em Curitiba. A experiência com um sócio durou um ano e meio. "Avaliei que o mercado comportava uma franquia e saí para formatar o negócio", conta Wolff. Foi mais um ano de preparação, para definir layout, marca, distribuição e estratégia comercial, antes de começar a venda das franquias.

A primeira no novo formato foi aberta em 2012, no Juvevê. Hoje, são 15 contratos assinados e seis unidades em operação, no interior do Paraná e de São Paulo. A mais recente é a do Ecoville, inaugurada nesta semana. "O ponto de venda especializado foi uma demanda do público", diz. A meta é fechar o ano com 30 contratos e mais que dobrar as operações franqueadas em 2014. A marca prevê um investimento inicial de R$ 128 mil para lojas e de R$ 99 mil para quiosques, já incluída a taxa de franquia, de R$ 25 mil. O faturamento previsto é de R$ 40 mil, com rentabilidade de 12%.

Potencial

Abrir novos pontos de venda em um mercado aquecido – o segmento de cervejas especiais cresceu 40% nos últimos dois anos – não assusta o empreendedor. "Há um potencial muito grande. Cerveja especial corresponde a 1% do volume de bebida produzido no país. E nós somos o terceiro maior mercado, atrás dos EUA e da China", diz.

A difusão de informações sobre a especialidade e o número de lojas do segmento é, na opinião de Wolff, a confirmação das boas perspectivas do negócio. "Não somos uma loja de conveniência, somos um ponto de destino, em que o consumidor busca produto e informação qualificada", aposta.

Como franqueadora, a Mestre Cervejeiro inverteu premissas do franchising, como a operação de uma loja própria para só então replicar o modelo de negócio. A loja modelo está nos planos da empresa, que busca investidores para abrir a unidade em Curitiba ainda no primeiro trimestre de 2015.

Além do espaço para acomodar parte dos 400 rótulos que possui no sistema, Wolff quer montar um centro de treinamento para franqueados e público em geral, onde também terá espaço para cursos de harmonização e de sommelier, hoje ministrados na Universidade Positivo.