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Os dois eventos internacionais realizados pela Organização das Nações Unidas (ONU) no mês passado frustraram as expectativas da rede hoteleira de Curitiba. Antes dos congressos sobre biossegurança (MOP-3) e diversidade biológica (COP-8), a projeção da seção paranaense da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-PR) era de que a taxa de ocupação dos 18 mil leitos disponíveis na capital atingiria até 90% no mês de março, frente à tímida média de 40% registrada durante todo o ano de 2005. Duas semanas após o encerramento dos encontros, a constatação é de que o número de hóspedes realmente aumentou, mas ficou distante do que era esperado.

O levantamento da associação hoteleira sobre o mês de março não está pronto, mas balanços preliminares feitos por gerentes de estabelecimentos mostram que a taxa de ocupação ficou entre 50% e, no máximo, 70%. "A prefeitura municipal e o Ministério das Relações Exteriores fizeram todo um alarde, afirmando que todos os hotéis ficariam lotados. Mas não foi o que se viu", reclama Cláudio José Antunes, recém-eleito presidente da ABIH-PR.

Em tese, Curitiba receberia 3 mil representantes dos 188 países das convenções e até 5 mil participantes atraídos pelas 180 atividades paralelas. Hoje, os números contabilizados por representantes dos hotéis são bem diferentes.

"Primeiro se falava em 8 ou 9 mil hóspedes adicionais, depois a estimativa caiu para 6 mil. No fim, vimos que Curitiba recebeu, no máximo, 3 mil visitantes durante as três semanas de eventos", diz Henrique Lenz César Filho, diretor do hotel Lancaster e ex-presidente da ABIH-PR. "E muitos nem sequer ficaram em hotéis, porque conseguiram hospedagem em casas de conhecidos ou albergues da juventude." Henrique Lenz acredita que a ocupação média dos leitos ficou entre 50% e 55% – inicialmente, sua perspectiva era de uma taxa entre 80% e 85%.

Enquanto os números oficiais não são divulgados, ao menos uma avaliação é unânime no mercado: se alguém teve motivos para rir à toa foram os proprietários de hotéis cinco estrelas, categoria também chamada de "super luxo". Nas três semanas decorridas entre o início do MOP 3 e o fim do COP 8, eles conseguiram lotação quase completa, por terem hospedado os representantes de alto escalão dos países participantes.

Elias Rodrigues, gerente geral do Four Points by Sheraton, diz que a ocupação média do hotel no mês de março – cálculo que também inclui pouco mais de dez dias anteriores aos eventos da ONU – foi de recordes 73%, frente aos 55% nos demais meses do ano. No período, o faturamento subiu 39%. O incremento veio não só dos hóspedes "governamentais", mas também daqueles que participaram dos 30 eventos realizados no hotel durante o mês – 20% a mais que em outros meses.

A ocupação conjunta dos hotéis Mabu Premium e Mabu Royal – de quatro e cinco estrelas – foi de 88%, frente à taxa média de 75% em outros períodos. Mesmo assim, o diretor comercial e de marketing da rede, Alberto Asseis, ressalta que garantiu o faturamento foi a cautela: "Reservamos apenas 30% de nossos leitos para participantes dos eventos. Teríamos tido prejuízo se reservássemos mais leitos."

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