O Banco do Brasil concluiu mais um passo em seus planos de recompor sua base de capital e expandir-se no exterior, ao precificar uma oferta primária e secundária de ações nesta quarta-feira.
O banco vendeu a 24,65 reais cada um dos 396 milhões de papéis na operação que incluiu um lote de 286 milhões de papéis na oferta primária e outros 110 milhões de ações na tranche secundária, segundo informações disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Realizada num momento de volatilidade dos mercados acionários no mundo todo, a oferta totalizou 9,76 bilhões de reais, incluindo a oferta secundária, com a venda de uma fatia detida no BB por BNDESPar, Fundo de Garantia para a Construção Naval e fundo de investimento Caixa FGHAB Multimercado.
Só na oferta primária, a expectativa do BB era de levantar cerca de 8 bilhões de reais. No final, a venda de papéis novos somou 7,05 bilhões de reais, que vão reforçar o capital do banco.
Parte da demanda pelos papéis foi garantida com o compromisso de compra de 62,5 milhões de ações por parte do Fundo Soberano do Brasil. Além disso, a Previ, fundo de pensão dos funcionários do BB, anunciou no início do mês que compraria ações suficientes na oferta de modo a manter participação de 10,4 por cento no banco.
Os recursos novos devem ser utilizados para fortalecer a base de capital do banco, em meio ao forte crescimento das operações de crédito nos últimos dois anos, o que baixou o índice de Basileia do BB para cerca de 13 por cento, pouco acima do piso de 11 por cento exigido pelo Banco Central.
Paralelamente, o BB prepara-se para ampliar sua ofensiva internacional, estratégia iniciada em abril com a compra do Banco Patagonia, da Argentina, por cerca de 480 milhões de dólares. O BB também tem planos de comprar alguma entidade financeira nos Estados Unidos para atrair imigrantes latino-americanos.
Outro desdobramento da oferta será a elevação do volume de ações do banco em poder do mercado, que hoje representam menos de 22 por cento do capital. Com a operação, o BB deve se enquadrar na exigência do Novo Mercado da BM&FBovespa, de ter ao menos 25 por cento das ações em circulação. O BB tinha assumido o compromisso de alcançar o percentual até novembro de 2011.
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