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Energia

ONS defende leilões regionais para reforçar sistema

Situação mais crítica está na região Sul, que necessita de aumento da capacidade de geração ou um reforço da interconexão com o Sudeste para o atendimento de sua carga de energia

Em meio à polêmica envolvendo a disputa entre térmicas a gás e usinas eólicas no leilão de energia nova de quarta-feira, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, voltou a defender a realização de leilões regionais e por fontes de energia, com a meta de viabilizar a contratação de térmicas para o sistema. "Com a crescente perda de capacidade de armazenamento dos reservatórios, é preciso a complementação térmica. Não há milagre", disse o executivo, que participou hoje do 12º Encontro de Energia, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Segundo Chipp, será impossível operar o sistema elétrico brasileiro sem a existência de uma complementação das térmicas. Nesse contexto, a expectativa do ONS é de que, naturalmente, as térmicas voltem a ser contratadas nos leilões de energia do governo, tendo em vista a necessidade do sistema e o aumento da oferta de gás natural nos próximos anos, o que deve deixar a fonte mais competitiva. "Para o leilão de amanhã, já teremos uma oferta grande de térmica a gás", disse.

De acordo com Chipp, a situação mais crítica está na região Sul, que necessita de aumento da capacidade de geração ou um reforço da interconexão com o Sudeste para o atendimento de sua carga de energia. O executivo afirmou que a área de planejamento do governo, comandada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ainda se mostra relutante no que diz respeito à realização de um leilão de energia exclusivo para o Sul, mas o reforço no sistema de transmissão já está sendo considerado. "O planejador já pensa na expansão da transmissão com o Sudeste", afirmou.

Na terça-feira, o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, rebateu as críticas do mercado sobre a competição entre as térmicas a gás e as eólicas no leilão de amanhã, afirmando que não há nenhum elemento que justifique a definição de cotas para a contratação de fontes específicas de energia. "Essa é uma visão na qual ele claramente privilegia o preço da energia. Quanto maior a competição, maior a tendência de queda no preço", explicou o diretor-geral do ONS.

Chipp, porém, lembrou que a contratação das térmicas gera uma segurança maior ao sistema elétrico. Nesse sentido, é difícil saber de antemão se a contratação das térmicas irá aumentar a conta de luz dos consumidores ou se ajudará a reduzir o custo global de operação do sistema. "É impossível saber isso, porque só vai se verificar durante a operação. Ninguém sabe", afirmou o executivo, ressaltando que o operador tem a visão mais apurada sobre as condições de segurança do sistema do que o planejador. "É natural, porque vivemos o problema no dia a dia", acrescentou.

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