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Margem Equatorial

ONU cede e Brasil ganha uma “Alemanha” de área marítima para explorar

Brasil poderá explorar área marítima equivalente ao território da Alemanha na costa do litoral norte localizada na Margem Equatorial. Imagem ilustrativa (Foto: André Motta de Souza/Agência Petrobras)

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A Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC), da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovou a ampliação da plataforma continental do Brasil na costa do litoral Norte. Com isso, o país terá direito a explorar uma área marítima de aproximadamente 360 mil quilômetros quadrados, equivalente ao território da Alemanha.

A decisão foi publicada na quarta-feira (26). A plataforma continental corresponde a extensão submersa da massa terrestre do continente. A área se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte e fica na região da Margem Equatorial. 

Desde 2017, o governo brasileiro pleiteava a ampliação de sua Zona Econômica Exclusiva, que compreende uma faixa de mar de 200 milhas náuticas, estabelecida na legislação internacional.

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“Com a ampliação desta parte da Amazônia Azul, o Brasil tem reconhecido seu direito de soberania para explorar recursos naturais (como o petróleo) presentes nessa faixa, tanto no leito do mar quanto em seu subsolo”, disse a Marinha, em nota.

O diretor de Hidrografia e Navegação da Marinha, vice-almirante Marco Antônio Linhares Soares, destacou que “o país passa a ter direito de explorar riquezas do solo e do subsolo marinho”. Atualmente, cerca de 95% do petróleo nacional é extraído nas águas jurisdicionais brasileiras, onde também trafegam 95% do comércio exterior do país, segundo a Marinha.

Brasil reivindicava área equivelente à Alemanha há 7 anos

As discussões tiveram como base o Plano de Levantamento da Plataforma Continental Brasileira (LEPLAC), liderado pela Marinha do Brasil, em parceria com técnicos da Petrobras e outras instituições. “Foram sete anos de interação entre os técnicos brasileiros e os peritos da CLPC para que o pleito fosse atendido, um marco para a definição das fronteiras marítimas brasileiras”, diz o comunicado da Marinha.

De acordo com a Força, as submissões da margem brasileira foram divididas em três áreas: Região Sul, Margem Equatorial e Margem Oriental - Meridional. A proposta da Região Sul foi apresentada em 2015 e aprovada integralmente pela CLPC em 2019.

Já a submissão da Margem Equatorial foi depositada em 2017 e encerrada na 63ª Sessão da CLPC, realizada em fevereiro de 2025. A CLPC é um órgão técnico criado a partir da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), conhecida como “Lei do Mar”, e tem como função analisar as submissões dos estados costeiros para estabelecer o limite exterior da plataforma continental além das 200 milhas.

Ilustração da Marinha mostra limites da plataforma continental. (Foto: Divulgação/Marinha do Brasil)

Margem Equatorial alvo da Petrobras não é mesma da ampliação

Apesar de ter o mesmo nome, essa nova área não é a que a Petrobras busca autorização para explorar. A região alvo da petroleira se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte e está dentro das 200 milhas náuticas.

“A região da Margem Equatorial que a Petrobras atualmente tem interesse está dentro das 200 milhas, mas poderá haver algum bloco de petróleo que venha a ser descoberto e se estenda além dessa faixa e que incida sobre essa nova área que só o Estado Brasileiro tem, agora, o direito de explorar”, disse Linhares, em nota.

Em nota, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, destacou a “imensa satisfação e honra ter pesquisadores que atuaram com as equipes da Marinha do Brasil nesse processo junto à ONU”.

“Além de fortalecer a soberania do país, permite o acesso aos recursos ali presentes. A parceria entre a Petrobras e a Marinha vem de longa data, e este é mais um resultado histórico desse trabalho conjunto”, disse a diretora.

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