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Junto com outros gastos, como IPTU e IPVA, material escolar também pressiona o orçamento das famílias no início do ano. | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Junto com outros gastos, como IPTU e IPVA, material escolar também pressiona o orçamento das famílias no início do ano.| Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

Este início de ano é considerado o de maior pressão para o orçamento familiar em uma década, por causa de alta da inflação, restrição ao crédito e reajustes de tarifas e tributos como IPVA, IPTU e ICMS. Todo começo de ano é sinônimo de concentração de dívidas e despesas a pagar. Impostos como IPTU e IPVA, gastos com material escolar e viagens estão entre esses custos.

Com alta da inflação, restrição ao crédito e reajustes já anunciados de tarifas e tributos, este início de ano promete sangrar ainda mais as finanças dos brasileiros. Para especialistas, a fim de manter a saúde financeira, será preciso apertar os cintos não só agora, mas ao longo de todo o ano.

As condições da economia do país estão fazendo o orçamento doméstico encolher, explica Miguel de Oliveira, vice-presidente da Anefac.

"Nos últimos anos, em média, o salário mensal da família pagaria metade desses compromissos de início do ano, o que já mostra necessidade de planejamento. Mas em 2015 não chega nem a isso."

Abrir o ano com aumento de gastos é preocupante porque os ganhos salariais reais estão aquém dos reajustes sendo anunciados, alerta Gilberto Braga, professor de Finanças da Fundação Dom Cabral e do Ibmec-Rio:

"O orçamento familiar já entra o ano pressionado", afirma Braga, que também vê em 2015 o pior início de ano em uma década. O reajuste do preço do material escolar, por exemplo, está estimado em 8%, acima da inflação, de 6,5%. Os reajustes salariais concedidos no segundo semestre de 2014 foram menores.

Ganho real pequeno

O pequeno ganho real nos salários deve ser engolido pelos reajustes, afirma Sérgio Bessa, professor dos MBAs da FGV.

"Se considerarmos o aumento de 8,8% do mínimo como referência e descontarmos a inflação prevista para o ano, o ganho fica em menos de 2%. Ainda virão reajustes de alimentos, planos de saúde, roupas e acessórios, e serviços.

Segundo o Dieese, a maioria das negociações (93%) para reajustes salariais no primeiro semestre de 2014 ficou acima da inflação, considerando o INPC, calculado pelo IBGE, garantindo ganhos reais de até 3%.

A maior incidência está em entre 1% e 2% acima do índice. O problema é que a elevação de impostos, combustível, transporte urbano, mensalidade escolar e outros acompanha ou supera a inflação.

Por setor, o ganho real médio em salário ficou em 1,55% na indústria, 1,57% no comércio e 1,51% nos serviços. Neste último, foi registrado o maior percentual de reajustes equivalentes ou inferiores ao INPC: 7%.

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