O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, aumentou a previsão de crescimento para a economia brasileira neste ano, que passou de 4,3% para 4,5%. O resultado em 2008 deve ficar igual ao de 2007.
A mudança acontece na semana seguinte à divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu 5,4% no segundo trimestre. Segundo o Ipea, a revisão foi motivada pela expectativa de aumento do investimento (de 9,0% para 10,0%) e do consumo privado (de 5,7% para 6,2%) em 2007.
Apesar do otimismo, o Ipea alerta para a necessidade de se conter a alta da inflação e o aumento dos gastos públicos, uma velha preocupação do grupo coordenado pelo economista Fabio Giambiagi.
"O grupo de acompanhamento conjuntural [do Ipea] mantém a sua avaliação de que a economia continua na rota de crescimento iniciada em 2004", diz o Ipea na apresentação do relatório divulgado nesta terça-feira (18). "Mas destaca a necessidade da política monetária [política de juros do Copom] ser cautelosa, diante da recente alta da inflação, e a importância do crescimento real do gasto público ser contido no futuro."
Inflação
Até o fim do próximo ano, o Ipea espera um aumento da taxa de inflação, que deve atingir 4% em 2007 e 4,3% em 2008. A meta para os dois anos é de 4,5%. As previsões anteriores eram de 3,4% e 4%, respectivamente.
"Para evitar que a alta esperada da inflação em 2007 e 2008 origine expectativas de aceleração dos preços para a segunda metade do atual governo, é importante que a taxa de variação real do gasto público diminua no ano que vem. Na ausência disso, o risco que se corre é ter uma inflação da ordem de 5% em 2009-2010, quando o câmbio poderá estar mais pressionado", diz o Ipea.
Em relação ao dólar, as previsões foram reduzidas para uma taxa média de R$ 2 ao longo dos dois anos.
O Ipea também reduziu a previsão para o saldo da balança comercial neste ano (de US$ 44,1 bilhões para US$ 42,7 bilhões) e em 2008 (de US$ 33,7 bilhões para US$ 31,6 bilhões).



