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A Casa Branca mexeu em um vespeiro ao incluir o fim das deduções fiscais para companhias petroleiras, administradores de fundos de investimento e contribuintes com renda anual superior a US$ 200 mil em seu pacote de geração de empregos. Essas medidas deverão significar um aumento de US$ 467 bilhões na arrecadação de tributos nos próximos dez anos e cobririam os US$ 447 bilhões em gastos com novos benefícios fiscais e subsídios para estimular a economia dos Estados Unidos, explicou ontem o diretor do Escritório de Orçamento da Casa Branca, Jack Lew.

A solução, entretanto, causou fúria na oposição republicana, que promete complicar a tramitação da medida e contrariar o pedido de aprovação "imediata" do presidente dos EUA, Barack Obama. Pouco antes de ser entregue ao Congresso, o plano já provocava declarações irritadas dos opositores, até semana passada dispostos a aprovar as medidas.

"Seria mais justo dizer que esse aumento de imposto sobre empregadores é o tipo de compromisso que os dois partidos se opuseram no passado", criticou o presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, ao se opor ao argumento da Casa Branca de que as medidas haviam sido apoiadas anteriormente por republicanos e democratas. "Tenha cuidado com o homem dos impostos", escreveu o líder da maioria republicana na Câmara, deputado Eric Cantor, em um e-mail enviado para o seu eleitorado.

Ao apresentar o calhamaço, Obama reiterou o fato de o pacote "não adicionar um centavo ao déficit" público americano. "A economia mundial está plena de incertezas agora. Alguns eventos podem estar fora do nosso controle. Mas, isto (o pacote econômico) é algo que nós podemos controlar. Está em nossas mãos", afirmou. "Temos de aprovar esta lei", repetiu dez vezes em seu discurso.

Obama insistiu ontem que o pacote é totalmente "pago por si mesmo". Os custos das medidas de incentivo à economia - obras de infraestrutura, prorrogação do seguro-desemprego, redução de impostos para empresas que contratarem desempregados há mais de seis meses e ajuda federal aos Estados e municípios para evitar demissões - serão compensados por decisões tópicas. Entre elas, a redução ou fim de deduções de impostos sobre doações filantrópicas. Essa solução tentava driblar a resistência dos republicanos a uma iniciativa defendida com exaustão pela Casa Branca - a eliminação das reduções fiscais para grandes companhias e para os contribuintes mais ricos.

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