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O mercado de trabalho formal registrou em outubro a criação de 230.956 vagas, o que representa a melhor marca para o mês desde 1992 – início da série histórica sobre o emprego com carteira assinada. O resultado, no entanto, mostra que o ritmo na geração de vagas entrou em fase de desaceleração, o que deverá culminar com o fechamento de mais de 200 mil postos em dezembro. O número de vagas criadas em outubro é 8,6% menor que o de setembro.

Tradicionalmente, o mercado de trabalho tem fraco desempenho no último trimestre do ano. O Ministério do Trabalho projeta que, neste mês, o saldo de contratações vá ficar próximo de 150 mil postos, enquanto a perda de vagas em dezembro flutuará em torno de 200 mil postos.

Para o governo, a confirmação desses números soará como uma boa notícia. "Será o melhor novembro da história e o menor número de demissões em dezembro também da história’’, afirmou em tom eufórico o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Ele prevê que a geração de empregos alcance 2 milhões de postos em 2010.

Até outubro, já foi criado 1,163 milhão de vagas formais. O resultado desfavorável de dezembro ajustará para baixo o saldo acumulado.

Paraná

No Paraná, a geração de empregos também foi forte em outubro. Foram 13,4 mil novos postos de trabalho formais, o terceiro saldo seguido com um número acima de 13 mil vagas. O número ficou um pouco maior do que o registrado no mesmo mês de 2007, o que mostra um ritmo mais próximo do que era visto antes da crise econômica, que estourou em setembro do ano passado e provocou já em outubro uma desaceleração no mercado de trabalho – naquele mês foram abertas apenas 6 mil vagas no Paraná. A retração culminaria com o fechamento de quase 50 mil postos em dezembro e um primeiro semestre lento.

A abertura de vagas foi puxada pela indústria, com 4,9 mil postos, e comércio, com 4,7 mil empregos. A região metropolitana de Curitiba foi responsável por metade dos novos empregos, uma proporção maior do que a registrada em setembro, de 35%. O peso maior da capital é explicado pela retomada das contratações da indústria da região, que foi mais afetada pela crise, em especial no segmento metal-mecânico. A indústria mecânica, por sinal, foi a que mais contratou – foram mil novos empregos – seguida pelo setor de madeira e móveis, outro que sofreu bastante com a recessão.

Apesar da aceleração no mercado de trabalho dos últimos três meses, o ritmo de 2009 ainda está bastante abaixo do que foi visto em 2008. De janeiro a outubro deste ano foram abertas 89 mil vagas, pouco mais da metade das 160 mil criadas no mesmo período do ano passado. Em termos anualizados, a expansão do emprego no estado ocorre agora a uma taxa de 1,8%, bastante abaixo dos quase 7% de um ano atrás.

Surpresa

Na avaliação de Lupi, o segundo semestre vem surpreendendo, pois vários setores foram precipitados ao demitir trabalhadores no auge da crise e agora se veem obrigados a recompor os quadros para atender à demanda. Por esse motivo, afirma o ministro, o último trimestre não será tão ruim para o mercado de trabalho como em anos anteriores. Em outubro, a indústria foi o setor que mais contribuiu para a geração de empregos, com a criação de 74.552 postos. "A indústria segurou as contratações e depois demitiu precipitadamente. Agora, passar por uma forte contratação porque tem de repor estoques", afirmou o ministro.

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