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Capitais e arredores concentram mais técnicos

Os profissionais da área de CTEM representam quase 18% dos trabalhadores com diploma de nível superior no país e, de maneira geral, estão concentrados nas capitais e regiões metropolitanas. Entre os setores econômicos, a área de construção é a que concentra a maior proporção (aproximadamente 59%) de profissionais formados em CTEM, com relação ao total de pessoal com diploma superior atuante na atividade. Na sequência, aparecem a indústria extrativa (47%), a atividade de informação e comunicação (43%), o setor de eletricidade e gás (41%), a agropecuária (39%), o setor de água e esgotos (36%) e a indústria de transformação (30%).

11 em cada 100 brasileiros entre 25 e 64 anos têm formação de nível superior, segundo o levantamento do Ipea. O número é quase três vezes menor que o dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, cuja média é de 31 a cada 100.

Embora estejam no topo do mercado de trabalho, quase dois terços dos profissionais de tecnologia não atuam na área em que se formaram. As informações são de uma pesquisa divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), feita com base nos dados do Censo Demográfico 2010. Segundo o levantamento, apenas 32% dos profissionais de ciências, tecnologia, engenharias e matemática (CTEM) trabalham diretamente na área de formação.

INFOGRÁFICO: Profissionais conseguem emprego, mas não necessariamente na área em que atuam

Em 2010, os postos típicos CTEM somavam apenas 7% do total. Não à toa, que de cada 100 profissionais de CTEM 68 estivessem ocupando funções que poderiam ser desempenhadas por profissionais formados em outras áreas. De acordo com o estudo, eles são muito requisitados para ocupar funções no mercado financeiro, em atividades de ensino e em gestão de políticas públicas.

"Do ponto de vista do emprego, ainda temos um mercado de trabalho menor para esses profissionais. O setor privado brasileiro, por exemplo, absorve bem menos que a média da América do Norte, Europa ou dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)", afirma Agnaldo Maciante, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea.

Entre as categorias de profissionais CTEM, 41% dos formados em engenharia, produção e construção trabalham nessas áreas, diante de 21% em ciências, matemática e computação e 33% nas áreas de agricultura e veterinária. Ao mesmo tempo em que fornecem trabalhadores qualificados para outros setores, essas áreas são mais restritivas na hora de contratar profissionais vindos de outros campos. Segundo a pesquisa, apenas 2% dos profissionais de nível superior ocupam posições típicas de CTEM sem formação específica.

A absorção dos profissionais de CTEM por outras áreas ajuda a explicar a alta taxa de ocupação do grupo em relação aos demais profissionais de nível superior: 97,4% contra 97,1% na média geral. Individualmente, dentro do grupo de CTEM, os profissionais das engenharias apresentam a maior taxa de ocupação: 97,7%.

Formados em áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento do país, os profissionais de CTEM têm mais acesso às vagas com carteira assinada. Também por isso, estão menos sujeitos à informalidade quando comparados aos demais empregados de nível superior. "A discussão da importância desses profissionais é crescente lá fora. Nos países da OCDE a preocupação para o maior enfoque na formação nessas áreas vem desde a educação de base. Acreditamos que essa discussão também é importante para o Brasil", diz Maciante.

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