A pouco mais de 70 dias do início dos Jogos Pan-Americanos, que serão disputados no Rio de Janeiro, a partir de julho, o evento já movimenta a economia de Apucarana, na região Norte do Paraná. A cidade que mantém o maior pólo de fábricas de bonés do país, sendo responsável por cerca de 50% da produção, está fabricando milhares de unidades, além de camisetas e outros brindes, contratados por empresas que detêm os direitos de exploração da logomarca do Pan.
O Pan-Americano é o maior evento do ano também para a indústria de Apucarana, cuja expectativa é de os jogos possam viabilizar boas vendas nos próximos meses. Mas o reforço no quadro de pessoal ainda não está nos planos. "Apesar de esperar por uma demanda maior na linha de produção, por conta do Pan, não pensamos em aumentar o número de funcionários", diz Sérgio Akira, da Kioodai Bonés.
Segundo o empresário, o contrato para produção de produtos da Azaléia com a marca Olympikus vinha sendo negociado desde 2006 e o incremento da produção neste período já estava previsto. "No ano passado as mudanças das regras para a eleição implicaram na proibição de bonés, camisetas e outros brindes, prejudicando bastante o setor", lembra Akira.
Desde o início do ano, a Kioodai já produziu 30 mil bonés para a Olympikus, patrocinadora oficial dos jogos que, segundo o empresário, exige rigoroso cumprimento de prazo e controle de qualidade. "Esperamos novos pedidos com a proximidade dos jogos", afirma Sérgio Akira.
Uma outra fábrica de Apucarana, cujos proprietários preferiram não dar informações sobre a transação com os patrocinadores oficiais do Pan, já entregou um lote de 50 mil peças e espera por novos pedidos.
Já a Latina Brindes vem produzindo camisetas dos jogos para a Shell, que também é patrocinadora do evento. A empresária Ana Maria Macedo avalia que novos contratos devem surgir nos meses de maio e julho, que antecedem a competição. "Apostamos no Pan para recuperar os prejuízos e a frustração de 2006, quando ninguém pôde produzir qualquer tipo de brinde para uso eleitoral", comentou.
Dezenas de outras indústrias de Apucarana também mantêm uma expectativa positiva em relação os Jogos Pan-Americanos e aguardam ansiosas por pedidos.
De acordo com o Censo do Boné, concluído em janeiro deste ano, a cidade concentra 540 fábricas de vários tipos de brindes, como bonés, camisetas, porta-CDs, aventais e bandanas.
A "capital nacional do boné", de acordo com o levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Sebrae e Arranjo Produtivo Local, produz cerca de 53 milhões de bonés/ano, gera mais de sete mil empregos diretos e mantém um faturamento de aproximadamente R$ 15 milhões/ano.



