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O grupo Pão de Açúcar reiterou nesta quarta-feira que manterá foco na classe C e no perfil de compra "picadinha", caracterizada pela necessidade diária do consumidor.

Conforme o vice-presidente comercial e operacional da companhia, José Roberto Tambasco, isso será feito por meio da expansão dos formatos de maior rentabilidade dentro do grupo, representados pela rede de atacarejo Assaí, mais voltada ao público de renda mais baixa e pequenos empreendedores, e de proximidade Extra Fácil.

"Extra Fácil é o modelo que mais representa dentro do varejo e que mais tem crescido em participação. É um modelo de auto-retorno sobre o capital investido muito rápido. Essa é uma tendência cada vez mais forte", disse, durante encontro anual com analistas e investidores.

A meta da companhia é de abertura de 60 lojas Extra Fácil em 2010, totalizando 112. A partir do próximo ano, a empresa espera manter um ritmo anual de 60 a 100 lojas abertas nesse formato.

Também na lista de prioridades do grupo, a rede Assaí deve contar com 18 novas lojas neste ano, que é o terceiro de operação conjunta com o Pão de Açúcar. Além de reforçar a atuação do atacarejo na região Sudeste, a companhia planeja avançar para Centro-Oeste e Nordeste, que juntos representam 30% do consumo do país.

No total, a companhia prevê a abertura de 100 novas lojas em 2010. Os investimentos estimados para o ano, da ordem de R$ 1,6 bilhão, serão voltados ainda a reformas de lojas já existentes e compra de terrenos. No ano passado, os investimentos somaram 723 milhões de reais.

"Esse grupo nunca foi tão competitivo como agora", assinalou o presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, Abílio Diniz. "Em alimentação não há ninguém que venda mais barato no país do que Assaí", alfinetando o formato equivalente do grupo Carrefour (Atacadão).

Ele ressaltou que o modelo de hipermercados vem perdendo espaço em todo o mundo. "Vamos gastar muito dinheiro (na abertura e reforma de lojas) mas vamos dar muito retorno", acrescentou.

Não-alimentos

O diretor-presidente da companhia, Enéas Pestana, destacou que outra prioridade do grupo inclui a alavancagem de vendas de não-alimentos nos hipermercados.

"Vamos manter a tendência de crescimento de 10 a 12% em alimentos e de 17 a 18% em não-alimentos", disse.

Diniz, por outro lado, ressaltou que o grupo deverá buscar o equilíbrio entre ambas frentes. "Você tem que ser muito bom em alimentos e melhor ainda em não-alimentos. Também queremos focar o crescimento em alimentação, o que será feito por Assaí, com um diferencial: vamos para qualquer lugar, sem medo".

O executivo disse ainda que o grupo está atento à diminuição da participação de alimentação nos resultados no final do ano passado, influenciada pelo maior volume de eletroeletrônicos, decorrente da aquisição do Ponto Frio.

"Alimentação é sempre um porto seguro... não vamos equilibrar isso no curto prazo, considerando as duas empresas que entraram no grupo, mas vamos continuar olhando com cuidado", pontuou.

Metas

O Pão de Açúcar espera uma alta de ao redor de 26% nas vendas brutas neste ano, considerando as lojas da rede Ponto Frio, para acima de R$33 bilhões. Em 2009, as vendas brutas da maior varejista do país somaram R$ 26,2 bilhões.

Do total previsto, R$26 bilhões se referem a Pão de Açúcar e os 7 bilhões restantes, a Ponto Frio. As metas não incluem Casas Bahia, cujo acordo de associação assinado em dezembro está sob revisão.

Em termos de crescimento real pelo conceito mesmas lojas -- que considera aquelas com pelo menos 12 meses de operação e já deflacionadas --, a companhia prevê um avanço das vendas de 4 a 5% em 2010, comparado a aumento de 4,5% no ano passado.

A empresa informou também que deve encerrar este ano com Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) superior a R$ 1,8 bilhão. Em 2009, a geração de caixa ficou em R$ 1,5 bilhão.

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