Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Setor elétrico

Para aliviar sistema, Itaipu fornece menos

Diminuição no uso da energia da hidrelétrica binacional busca garantir segurança, mas pode onerar o consumidor

Subestação da Copel no bairro Bacacheri, em Curitiba: contato de uma árvore com linhas de transmissão teria causado a pane no local | Pedro Serápio/ Gazeta do Povo
Subestação da Copel no bairro Bacacheri, em Curitiba: contato de uma árvore com linhas de transmissão teria causado a pane no local (Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo)

Diante de limitações operacionais nas linhas de transmissão de Furnas, Itaipu perdeu espaço no fornecimento da energia consumida no país neste período de recordes de consumo. Se, em dezembro e janeiro, a usina vinha fornecendo 14% da energia consumida, agora fornece pouco mais de 12%, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).Não que a usina esteja produzindo menos. Relatórios do ONS mostram que a energia fornecida pela hidrelétrica está na mesma faixa de antes, entre 7,5 mil e 8 mil megawatts (MW) médios. No entanto, conforme o diretor geral do ONS, Hermes Chipp, a decisão visa a aliviar o sistema, restringindo o risco de uma sobrecarga.

Isso porque o fluxo em algumas linhas de transmissão que trazem energia de Itaipu vem sendo reduzido para que Furnas faça manutenções, o que foi intensificado desde o último apagão, em novembro. Uma das possíveis causas apontadas para o blecaute, na época, foi a falha de equipamentos, chamados isoladores, por causa da chuva, em três linhas.

Assim, a participação das usinas termelétricas, que era de aproximadamente 2,5% no fornecimento da energia consumida no país, atingiu 4,12% ontem.

O problema de usar menos Itaipu é que a energia da hidrelétrica é mais barata do que a das termelétricas. Chipp estima que esse uso emergencial custará R$ 80 milhões, a serem repassados ao consumidor.

A precaução adicional com o sistema, adotado pelo ONS, é uma consequência do último apagão. Desde então, o ONS vem trabalhando com o critério de "contingência tripla". Em outras palavras, o planejamento da segurança da rede de transmissão passou a ser feito de forma a considerar alternativas para evitar blecaute na hipótese de três linhas de transmissão entrarem em curto ao mesmo tempo. O procedimento padrão de segurança para o trecho onde se originou o apagão é considerar a hipótese de saída de até duas linhas. O problema é que, quando houve o apagão, saíram três linhas, algo que, de acordo com especialistas, é praticamente impossível de acontecer em condições normais.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.