O crescimento da receita nominal do setor de serviços, que em agosto já atingiu o menor patamar da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve cair ainda mais nos próximos meses, afirma o economista da RC Consultores Marcel Caparoz. Segundo ele, atualmente os serviços prestados às famílias ainda estão ajudando a segurar o resultado da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) em um patamar razoável, mas esse segmento vai perder força e o crescimento real dos serviços pode terminar o ano muito próximo de zero.
"A alta de 9% dos serviços prestados às famílias não é sustentável, enquanto aqueles mais ligados à indústria, como TI e transporte, crescem bem abaixo da inflação", comenta Caparoz. Para ele, o ritmo de queda da PMS vem se intensificando nos últimos meses e o crescimento da receita nominal deve terminar o ano próximo de 7%, ou seja, uma expansão real de apenas 0,5%, tendo em vista a inflação de quase 6,5%.
Ele aponta ainda que os serviços prestados às famílias vão ceder nos próximos meses, até porque a inflação tira o poder de compra dos consumidores. "A receita de serviços cresce principalmente pelo aumento de preços, porque o volume chega a um ponto em que não dá mais para onde expandir. E o espaço para subir preços está muito apertado", diz. De acordo com o economista, mesmo com a indústria perto do piso, o que abre espaço para alguma recuperação nos próximos meses, esse desempenho dos serviços às famílias deve pressionar a PMS.
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