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O pacote vale para os usuários pós-pagos da Claro e para os que têm o plano Controle, que variam de R$ 31,90 a R$ 71,90 mensais | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
O pacote vale para os usuários pós-pagos da Claro e para os que têm o plano Controle, que variam de R$ 31,90 a R$ 71,90 mensais| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Em meio ao cenário econômico recessivo, as operadoras têm acirrado a briga no mercado para reter seus clientes. Depois de a TIM e a Oi anunciarem o fim das cobranças diferenciadas em ligações para outras operadoras, na semana passada, a Claro comunicou nesta terça-feira (10) que vai liberar acesso ilimitado a seus clientes com planos pós-pago às redes sociais Facebook e Twitter e ao aplicativo de mensagens WhatsApp.

Diferente de promoções semelhantes adotadas anteriormente pela própria Claro, desta vez os usuários poderão continuar navegando pelas redes e pelo WhatsApp mesmo após o término da franquia de dados. Estudo feito pela Ericsson e divulgado neste ano mostra que, juntos, o Facebook e o WhatsApp são responsáveis por 41% de todo o volume de tráfego móvel dos celulares brasileiros.

O pacote vale para os usuários pós-pagos da Claro e para os que têm o plano Controle, que variam de R$ 31,90 a R$ 71,90 mensais – há um bônus extra de 300 MB para todos que possuem esse plano e SMS ilimitados para qualquer operadora.

Ligações gratuitas por WhatsApp e outros aplicativos não estão incluídas. O acesso ilimitado vale apenas para as redes sociais.

Tendência

De acordo com Eduardo Tude, da consultoria Teleco, esse movimento das operadoras foi acelerado por causa da crise. “As operadoras querem que o cliente pré-pago migre para o pós e reduza os chips.”

Com o crescimento do uso de aplicativos de mensagem, em que o gasto com dados é o mesmo, independente da operadora, o segundo chip perdeu atratividade. Nos últimos seis meses a base de celulares do Brasil encolheu em 7 milhões até o terceiro trimestre, segundo a Teleco. Ao todo, há 277 milhões de celulares ativos no país.

“Acreditamos que os serviços de redes sociais são complementares aos de uso de dados oferecidos pelas operadoras”, afirmou Zenteno. A receita com dados tem avançado sobre o de voz. O Brasil é o segundo maior mercado, atrás da matriz, e poderá se tornar o primeiro nos próximos meses.

Concorrência

Nos anúncios feitos pela TIM e Oi, os descontos estão concentrados nos serviços de voz feitos para operadoras concorrentes. A TIM, que fez o anúncio no dia 30 de outubro, extinguiu a tarifa diferenciada para outras operadoras nos seus planos pós e pré-pagos. A Oi comunicou na semana passada que as tarifas para operadoras concorrentes custam R$ 0,30 por minuto, até 80% menos que o cobrado até então.

A decisão tomada por essas duas operadoras tem como reflexo a redução da tarifa de interconexão (VU-M) promovida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A partir de fevereiro de 2016, essa tarifa, hoje em R$ 0,16, passará a R$ 0,10. Em 2017, cairá a R$ 0,05. O valor é cobrado nas ligações entre operadoras diferentes.

A crise econômica acelerou o movimento das empresas, uma vez que os usuários buscam reduzir seus custos. As operadoras também querem inibir a troca de chips, que permite ligações mais baratas.

Foco em dados

Em entrevista à Gazeta do Povo, o diretor regional da Claro para Paraná e Santa Catarina, Versione Souza, reforçou que a operadora vai continuar apostando fortemente em dados e descartou que adotará medidas semelhantes às tomadas pela TIM e pela Oi. “Nós estamos muito atentos ao que o mercado está fazendo, mas essa não é uma das nossas prioridades”, resumiu.

Para o executivo, a tendência da receita das teles migrar de voz e SMS para os serviços de dados é “irreversível”. Na regional Paraná e Santa Catarina, a receita de dados cresceu 40% no último ano, enquanto o volume de tráfego aumentou 130% no mesmo período – a diferença decorre justamente do fato da operadora estar apostando em promoções com acesso aos apps e redes mais procuradas sem descontar da franquia.

“Sem dúvida essa nova oferta é muito agressiva e vem sustentar nosso foco em se diferenciar no mercado pela internet. Nossa ideia é que o chip da Claro seja o chip da internet. Já faz quase um ano que somos reconhecidos como a internet móvel de maior velocidade e qualidade, e vamos continuar investindo para manter esse posicionamento”, afirma Souza.

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