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Martins, da Global Brands: marcas para regiões têm de fazer parte de plano de longo prazo | Divulgação
Martins, da Global Brands: marcas para regiões têm de fazer parte de plano de longo prazo| Foto: Divulgação

Cataratas estão em disputa internacional

Uma grande ajuda na divulgação do Paraná como ponto turístico está sendo feita mundo afora com a votação para escolher as Novas Sete Maravilhas da Natureza. As Cataratas do Iguaçu disputam o título com outras 260 candidatas, de 222 países – a segunda fase da escolha começou no início do ano. Oito instituições, entre elas a Itaipu Binacional e a prefeitura de Foz do Iguaçu, lideram uma campanha para mobilizar os brasileiros a votarem. Para isso, foi criado o site www.votenascataratascom. Os organizadores esperam mais de um bilhão de votos pela internet (no site www.new7wonders.com), que vão indicar os 77 semifinalistas. (CS)

Falando nisso...

Veja as últimas novidades no mundo de gestão de marcas.

Teles - A Brasil Telecom deve adotar a marca Oi ainda no primeiro semestre deste ano. Em entrevista nesta semana, o presidente da BrT disse que a decisão foi baseada em pesquisas que mostram que a marca Oi possui atributos mais completos.

As estratégias de marca para os produtos, no entanto, ainda estão sendo avaliadas.

Banco público - O Banco do Brasil e o Banco Votorantim vão analisar a possibilidade de fundir as duas marcas sob uma única bandeira. No fim da semana passada o BB anunciou a compra de 50% do capital do Votorantim.

Banco privado - Itaú e Unibanco anunciaram em novembro a fusão das duas instituições, criando a Itaú Unibanco Holdings S.A. Os especialistas em branding acreditam, no entanto, que a marca Itaú, mais forte, é que deve prevalecer. Segundo um levantamento da consultoria Interbrand, a marca Itaú é a mais valiosa da América Latina, vale cerca de US$ 10,5 bilhões. O nome Unibanco ocupa a nona posição, com valor de US$ 4,7 bilhões.

Especialização - A Universidade Positivo começa este ano um curso de especialização em branding, ou gestão de marcas. Segundo o coordenador do curso, Marcelo Cato Gallina, o curso é focado em estratégias para o fortalecimento de uma marca. Esta é a primeira especialização com o tema no Sul do país e a segunda neste formato no Brasil (em São Paulo, a Faculdade Rio Branco é a única que oferece curso nesse molde).

Serviço: Inscrições até 6 de março de 2009. Taxa de inscrição: R$ 150 e investimento: R$ 9,3 mil (matrícula + 14 parcelas de R$ 620). Mais informações: (41) 3317-3111, pelo e-mail posgraduacao@up.edu.br ou no site www.posup.com.br.

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Uma versão estilizada da copa de uma araucária passa a assinar os materiais de divulgação das atrações turísticas do Paraná. A exemplo do que já fizeram o próprio Brasil e muitas cidades ao redor do mundo, o estado ganhou uma marca oficial, separada do governo ou de uma determinada gestão, que tem como proposta unificar e reforçar a comunicação.

Ao todo, foram criadas 11 marcas – uma para o estado como um todo e para dez regiões com potencial turístico (Noroeste, Norte, Campos Gerais, Curitiba e Região Metropolitana, Litoral, Centro-Sul, Centro, Sudoeste, Oeste e Iguassu & Caminhos ao Lago Itaipu). As logos, materiais promocionais e explicativos do projeto foram lançados no fim do ano passado e são assinados pela agência curitibana de design YUP Brasil.

A ideia é que elas sejam utilizadas em todos os materiais do estado distribuídos em eventos, feiras e em outras cidades turísticas. Segundo o coordenador estadual de turismo e artesanato do Sebrae, Aldo Cesar Carvalho, o investimento total é de R$ 90 mil, entre os trabalhos de mobilização e alinhamentos e o desenvolvimento das marcas propriamente ditas. A ideia, explica o coordenador, é parte do plano de marketing proposto pelo Conselho Consultivo de Turismo do Paraná, e foi colocada em prática a partir de um convênio entre o Sebrae e o Ministério do Turismo.

A diretora de criação da YUP, Vanessa Mezzadri, conta que durante dois meses foram feitos estudos de todas as regiões do estado que, segundo o Sebrae, têm potencial turístico. "Foi criada uma marca de acordo com as atrações principais de cada uma, a cultura e as características sociais e culturais", explica. "No caso da marca do Paraná, trabalhamos com a Araucária, que é simbolo do estado."

Para o diretor da Art Office, Kleber Puchaski, PhD em design pela Royal College of Art de Londres, muitas regiões estão entendendo a importância de não deixar que a criação da sua imagem aconteça "naturalmente". "A imagem precisa ser administrada, porque não só empresas competem por recursos, investimentos. Mas também países, cidades e estados."

O consultor de marcas José Roberto Martins, da Global Brands, observa que tratar o turismo através de uma estratégia de marca é uma iniciativa que precisa estar amparada em atributos realmente existentes. "O conceito deve ser sustentado na prática. Se não, corre-se o risco de cair no descrédito e criar uma frustração. É preciso ter a infraestrutura pronta antes da marca."

Brasil

Foi esse o problema, segundo Martins, da marca Brasil. "O país tem corrupção, excesso de burocracia e uma série de problemas de infraestrutura, por exemplo, que acabam prejudicando a comunicação da marca."

Para Puchaski, no entanto, o país está apenas no início de um processo de comunicação estruturada, que pode ter bons resultados. "O que o Brasil ainda precisa administrar são os estereótipos ligados à sua marca – como ser o país do futebol, samba e tráfico de drogas, por exemplo."

O estado da Bahia e cidades como Nova Iorque, Londres e Barcelona são alguns dos exemplos de regiões que usaram a estratégia de marca para atrair turistas. O investimento na marca, pondera Martins, nem sempre traz resultados imediatos. "O fundamental é saber que a marca, seja de um produto, serviço ou região, é um recurso estratégico, e não tático. Isso significa dizer que tem objetivos de longo prazo."

Produtos

Em agosto do ano passado, foi o etanol brasileiro que ganhou uma marca própria. O projeto é da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e tem como objetivo facilitar a sua divulgação. A proposta das ações de comunicação era de desmistificar o produto e reforçar a ideia de energia limpa e renovável.

Um dos mais emblemáticos exemplos de sucesso deste tipo de marca é o café colombiano. Há mais de 40 anos a Associação Nacional de Cafeicultores do país investe em campanhas publicitárias e ações de marketing, focando em qualidade e diferenciação do produto. O resultado é inquestionável – o Brasil é o maior exportador do grão do globo e o segundo em consumo, mas é da Colômbia o título de melhor café do mundo. Do país e do camponês Juan Valdez, com a sua mula Conchita, – personagens criados pela agência americana Doyle Dane em 1959, que já rodaram o mundo divulgando o café colombiano.

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