Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
"Reação em cadeia"

Para Lula, crise não é momento para trabalhadores reivindicarem aumento

Presidente discursou na 17ª Feira Internacional da Indústria da Construção. Lula pediu serenidade com crise e disse ser o mais otimista dos brasileiros

Presidente Lula visita à 17ª Feira Internacional da Indústria da Construção (Feicon) | Ricardo Stuckert / Presidência
Presidente Lula visita à 17ª Feira Internacional da Indústria da Construção (Feicon) (Foto: Ricardo Stuckert / Presidência)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (27), em discurso na 17ª Feira Internacional da Indústria da Construção, que tem se mantido sereno em relação à crise econômica mundial e que possivelmente é o mais otimista de todos 190 milhões de brasileiros. "Durante toda essa crise me mantive sereno e o possivelmente o mais otimista de todos os 190 milhões de brasileiros", afirmou.

Lula falava sobre o fato do pânico existente em crises econômicas, que podem gerar uma "reação em cadeia", com redução do consumo, aumento do desemprego e diminuição da produção. Ele disse que, em momentos de crise, não é hora de os trabalhadores fazerem pauta de reivindicação, pedindo aumento de salários. O presidente avaliou que todos perdem durante a crise.

"Nós hoje, mais do que fazer uma pauta de reivindicação, pedindo mais aumento, temos que contribuir para que as empresas vendam mais. Quanto mais elas venderem, mais trabalhadores serão contratatos e mais a gente pode reivindicar aumento", frisou.

O presidente justificou ainda o fato de não ter editado um grande pacote econômico, argumentando que os planos lançados no passado "viraram esqueleto". "Temos esqueletos na Suprema Corte, que são o Plano Bresser, o Plano Verão e o Plano Collor. Depois, o resultado sobra para os trabalhadores, para o governo e para a sociedade."

Problemas de banqueiros

Prestes a iniciar uma sequência de viagens que terminará com sua participação no G-20, em Londres, na próxima semana, o presidente disse que defenderá na reunião o aumento do crédito e que os "títulos podres" devem ser jogados num arquivo morto.

"A minha tese é essa e é isso que eu vou levar para o G-20. Se a gente ficar tentando resolver apenas os problemas dos banqueiros que quebraram, a crise não vai acabar nunca. É preciso que se coloque aqueles títulos podres no arquivo morto e que se coloque dinheiro novo para fazer crédito. E vamos tocar o barco para a frente porque senão os pobres do mundo é que vão pagar."

Durante o discurso, Lula também reiterou que a conduta do governo é não paralisar nenhuma obra e não tomar medidas restritivas. Ele lembrou que, no fim do ano passado, fez um pronunciamento em rede nacional pedindo que as pessoas não deixassem de consumir.

"As pessoas mais ricas acumulam na poupança e agüentam um ano de crise. E nós sabemos que as pessoas mais pobres não agüentam um ano de crise, não agüentam seis meses", disse.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.