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Desoneração

Para Lula, dar dinheiro a pobres dá mais resultado

Presidente critica os empresários que cobram corte nos impostos, mas não repassam os benefícios que são concedidos. Novas medidas tributárias serão apresentadas hoje pela Fazenda

O governador fluminense Sérgio Cabral,  o presidente Lula  e o prefeito carioca Eduardo Paes, durante lançamento de obras no Porto do Rio de Janeiro | Sérgio Moraes/Reuters
O governador fluminense Sérgio Cabral, o presidente Lula e o prefeito carioca Eduardo Paes, durante lançamento de obras no Porto do Rio de Janeiro (Foto: Sérgio Moraes/Reuters)

Rio de Janeiro - Em vez de desonerar a atividade produtiva – caso das isenções do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis e eletrodomésticos – o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que prefere distribuir dinheiro diretamente aos pobres para aquecer a economia. Insatisfeito com o reflexo das isenções fiscais no preço final dos produtos, Lula defendeu as políticas de transferência de renda e afirmou que é preciso rever o discurso de redução de carga tributária, que costuma ouvir dos empresários.

No lançamento das obras de revitalização do Porto do Rio, o presidente disse ter dado o recado numa reunião recente com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e um grupo de empresários. "Eu falei para eles: em vez de a gente ficar desonerando o tanto que está desonerando, é melhor pegar esse dinheiro e dar para os pobres. Se os pobres tiverem dinheiro e forem comprar, vocês têm que produzir. Agora, a gente desonera e vocês não repassam para o custo do produto. Nós já desoneramos nesse meu mandato R$ 100 bilhões. Imagina R$ 100 bilhões na mão do povo brasileiro!"

Aplausos

As declarações de Lula arrancaram aplausos dos trabalhadores das obras do porto que assistiam à cerimônia. O discurso do presidente foi todo centrado neste princípio e na defesa da manutenção do Estado forte e com capacidade financeira para influenciar a economia. "Cada real que você dá na mão de uma pessoa pobre volta automaticamente para o comércio, para o consumo. Voltando para o consumo, vai reativar a economia. Às vezes você dá R$ 1 milhão para uma pessoa e fica lá no banco. Ele não faz nada, só ele vai ganhar dinheiro. Na hora em que você dá R$ 1 para cada pobre, dando para mil pessoas são R$ 1 mil que voltam para o comércio meia hora depois que o cara pegou o dinheiro. Nem que for para um boteco, para tomar uma canjebrina (cachaça). Ele não vai para derivativos. Vai para o comércio, que é isso que nós precisamos para fazer a economia desse país crescer", afirmou.

Novidades

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, apresenta hoje ao presidente Lula a proposta de prorrogação de benefícios com alíquota diferenciada do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e construção civil, além dos benefícios para estimular o setor de bens de capital. O anúncio das medidas deve ocorrer na segunda-feira. Segundo fontes do governo, a equipe econômica continua trabalhando com a ideia de elevar a alíquota de IPI para automóveis em relação ao que vigorou nos últimos seis meses, mas abaixo dos níveis que vigoravam em 2008.

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