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A edição do próximo fim de semana da revista britânica The Economist volta a falar do Brasil. Desta vez, a publicação traz reportagem sobre o leilão do campo de Libra, o primeiro do pré-sal, e avalia que o resultado foi decepcionante. Com o título "Preço barato", a revista avalia que a presença de apenas um consórcio mostrou o fracasso do modelo escolhido pelo governo para desenvolver as reservas. Para a publicação, o fato de o campo sair pelo valor mínimo foi uma decepção.

Para a The Economist, apenas a "presença da Shell e da Total no consórcio vencedor permitiu que o governo classificasse o leilão como um sucesso". Mas, diz a reportagem, enquanto o governo esperava mais de 40 empresas interessadas no campo, apenas 11 se registraram no leilão. Também destaca que, apesar da expectativa de pelo menos seis consórcios, só um fez proposta, com o valor mínimo exigido.

Também, diz a revista, a enxurrada de contestações judiciais sem sucesso marcou o leilão, sem contar os protestos à frente ao hotel onde ele aconteceu, no Rio de Janeiro, onde soldados usavam bombas de gás para segurar os manifestantes. A revista diz que a presidente Dilma Roussef planejava estar presente ao leilão, mas preferiu assistir pela televisão.

"A falta de competição foi uma decepção após a euforia de seis anos atrás quando o presidente Lula, descreveu o pré-sal como um 'bilhete de loteria premiado". A revista lembra que o xisto foi tomando o lugar do pré-sal como perspectiva energética "mais importante do mundo". Assim, diz a reportagem, o interesse privado desapareceu, provocando a ausência das gigantes como Chevron, Exxon, BP e BG.

Além disso, diz a reportagem, as regras do regime de partilha colocaram a Petrobras numa armadilha, já que a empresa terá que participar com mínimos 30% em todos os consórcios. A revista destaca a situação complicada da empresa, que importa derivados de petróleo em dólar e os revende a um preço mais baixo no Brasil. A revista diz que se as regras não forem alteradas, nos próximos leilões, a Petrobras pode se comprometer com um negócio caro e que ela própria não escolheu. Mesmo assim, a revista destaca que Libra não será um desastre para a Petrobras, mas com o investimento a ser feito, a companhia terá que adiar outros projetos que poderiam oferecer retorno mais alto.

De positivo, a revista reconhece que as projeções de extração dos campos nos próximos 35 anos são vastas e que os riscos de exploração são bastante baixos.

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