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Curitiba – Uma semana após o surgimento de focos de febre aftosa no rebanho bovino do Mato Grosso do Sul, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou ontem a liberação de R$ 1,5 milhão para as ações emergenciais de combate à doença no Paraná. O anúncio foi feito, em Curitiba, pelo delegado regional do ministério no Paraná, Valmir Kowalewski de Souza, durante encontro do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa). Há pelo menos três anos o estado banca sozinho os custos de defesa agropecuária, num investimento anual entre R$ 4 milhões e R$ 6 milhões.

Kowaleski condicionou a liberação dos recursos à apresentação de documentos e plano de trabalho pelo governo paranaense. Segundo ele, a prioridade será o combate à aftosa e à gripe avícola, as duas principais preocupações atuais das autoridades sanitárias.

Apesar da retomada dos repasses federais, a Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab) provavelmente terá menos recursos em 2006. Na previsão orçamentária do próximo ano, enviada à Assembléia Legislativa pelo governo e ainda não votada, a Seab ficará com R$ 245,23 milhões, volume 21,2% inferior ao orçamento deste ano.

Ontem, na reunião do Conesa, o vice-governador e secretário de Agricultura, Orlando Pessuti (PMDB), defendeu a utilização de soldados do Exército na vigilância das fronteiras do Brasil com países onde há risco maior de aftosa, como Paraguai e Bolívia. Nas barreiras montadas no Paraná, já são empregados efetivos da Polícia Rodoviária Estadual.

Ao contrário de outros estados, que decidiram retirar o embargo à entrada de carne bovina procedente do Mato Grosso do Sul, o Paraná está ampliando as medidas para tentar blindar seu território contra a doença. Está mantida a proibição da entrada de animais vivos, carnes e suprodutos animais de fazendas sulmatogrossenses.

Agora, nova resolução do governo estadual proibiu também o ingresso de produtos vegetais cuja origem seja a região de Eldorado, no sul do Mato Grosso do Sul, onde foi comprovado um foco de aftosa há uma semana. Essa decisão atinge os produtos agrícolas com destino à exportação pelo Porto de Paranaguá. No último fim de semana, uma carga de soja foi barrada na ponte sobre o Rio Paraná, que liga Guaíra (Noroeste do Paraná) a Mundo Novo (MS). A terra – presente tanto na carga quanto nos pneus dos caminhões – é considerada um dos principais vetores do vírus aftósico.

"Precisamos proteger nossos rebanhos. Um foco de aftosa no Paraná num momento desses seria um desastre", disse o secretário de Agricultura. O delegado do Mapa apóia a preocupação do governo paranaense. "Solicitamos há um ano e meio um plano contra a aftosa para as regiões de fronteira. Os países vizinhos não cumprem seu dever de casa", afirmou Kowalevski. O Paraná, considerado área livre da febre aftosa com vacinação, não registra casos da doença há dez anos.

O governo estadual tentou obter do Mapa autorização para antecipar a segunda etapa anual de vacinação do rebanho bovino paranaense. Mas o ministério considerou que não haveria tempo para preparar a campanha e reunir o número de doses necessário. Por isso, foi mantida a vacinação no período entre 1.° e 20 de novembro. Deverá ser imunizado todo o rebanho do estado, com 10,1 milhões de cabeças, distribuídas em 215 mil propriedades.

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