
A paranaense Positivo Informática iniciou o ano vivendo um cenário de prós e contras em sua estratégia de conquistar espaço no concorrido mercado brasileiro de celulares. O balanço do primeiro trimestre divulgado pela empresa há duas semanas mostra que as vendas totais dos aparelhos da marca subiram 14% na comparação com o mesmo período do ano passado.
INFOGRÁFICO: Veja detalhes do desempenho da Positivo Informática
No entanto, considerando somente o segmento de smartphones – os chamados celulares inteligentes, com conexão à internet e geralmente mais caros –, as vendas diminuíram 37%. Embora a empresa considere esse um resultado pontual, os números trazem à tona mais uma vez a dificuldade da companhia em bater de frente contra os grandes players e também com as novas companhias que estão chegando ao mercado nacional.
Ano passado, os celulares da Positivo Informática corresponderam a 0,7% do total de aparelhos vendidos no país, conforme dados da empresa e da consultoria IDC Brasil – longe do market share que a companhia possui em seu segmento tradicional, de computadores, em que respondeu no mesmo ano por 15,8% das vendas. Além de ser “novata” no mercado de celulares, onde está há dois anos e meio, a Positivo também precisa encarar o cenário nacional, em que 95% das vendas estão concentradas em seis grandes marcas, todas estrangeiras: Samsung, Apple, Motorola, LG, Sony e Nokia.
“Uma grande dificuldade é que aqui no Brasil há concentração de mercado já no segmento de entrada [celulares de baixo custo]. Ou seja, nesse primeiro patamar a Positivo já concorre diretamente com LG e Samsung, por exemplo”, avalia o analista de pesquisas da IDC Brasil Leonardo Munin.
A Positivo também precisa encarar a chegada de novas marcas no país, como as chinesas Xiaomi e Huawei, que devem redobrar os esforços para chegar ao consumidor brasileiro de classe média neste ano, que é o público alvo da paranaense. A Asus, que lançou sua linha de smartphones no Brasil em outubro, com aparelhos a partir de R$ 699, vendeu 500 mil unidades desde então –no mesmo período, a Positivo comercializou 218,6 mil smartphones.
Virada
Os números do primeiro trimestre não contemplam ainda as vendas do Octa, o novo celular top de linha da empresa, lançado no fim de março e considerado um “divisor de águas” pelos executivos da Positivo. O aparelho é de longe o mais caro já vendido pela marca –sai a partir de R$ 899 – e com o hardware mais robusto, trazendo um processador com oito núcleos de processamento. O lançamento veio acompanhado de uma forte campanha de marketing na TV e em outras mídias, com a presença do cantor MC Guimê.
A Positivo não divulga a expectativa de venda do Octa e também afirmou que os executivos não estavam disponíveis para comentar o resultado do primeiro trimestre. No balanço divulgado ao mercado, porém, a empresa é otimista: diz que espera uma recuperação do faturamento de smartphones no segundo trimestre e ressalta a previsão de crescimento de dois dígitos porcentuais deste tipo de aparelho no país em 2015.



