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A participação dos estrangeiros na dívida pública interna caiu em outubro pela primeira vez desde abril, movimento que o Tesouro Nacional atribuiu ao aumento da taxação sobre essas aplicações.

No mês passado, a parcela dos títulos públicos nas mãos dos estrangeiros foi a 10,19 por cento, contra 10,23 por cento em setembro, mostraram dados divulgados nesta quinta-feira. A queda da participação ocorreu a despeito de o volume dos papéis adquiridos pelos estrangeiros ter aumentado no período, para 155,4 bilhões de reais, ante 154,1 bilhões.

"A gente observou ao longo do mês de outubro uma menor participação de investidor estrangeiro nos leilões da dívida pública, o que é, na nossa avaliação, natural dado o impacto das medidas implementadas sobre o mercado de títulos", afirmou a jornalistas o coordenador-geral de Operações da Dívida, Fernando Garrido.

Em outubro, o governo triplicou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras para os investimentos estrangeiros em renda fixa --de 2 por cento para 6 por cento. A medida foi um esforço para conter a entrada de dólares no país e brecar a valorização do real.

Garrido afirmou que, em outubro e novembro, o Tesouro também observou uma elevação dos prêmios demandados pelos investidores na aquisição dos títulos, mas ele argumentou que "é difícil atribuir isso a apenas um fator" e destacou que no período também houve aumento da volatilidade externa.

O economista do Tesouro reiterou, ainda, que no médio e longo prazos o governo ainda prevê aumento gradual da participação dos estrangeiros na dívida pública brasileira, uma vez que a taxação tende a afetar mais apenas os investidores de curto prazo.

DÍVIDA CRESCE

A dívida pública federal interna em títulos cresceu 1,19 por cento em outubro, para 1,553 trilhão de reais.

A alta refletiu a apropriação de juros de 14,10 bilhões de reais e também a emissão líquida de títulos no valor de 4,22 bilhões de reais.

No mês passado, a parcela da dívida prefixada, considerada de melhor gerenciamento, caiu para 36,73 por cento, ante 37,53 por cento em setembro.

Os papéis corrigidos pela Selic passaram para 33,32 por cento em outubro, ante 32,76 por cento no mês anterior, enquanto os títulos atrelados a índice de preços aumentaram para 28,37 por cento, ante 28,12 por cento.

Em outubro, a dívida pública federal externa aumentou 0,49 por cento, a 92,21 bilhões de reais, levando a dívida total a 1,645 trilhão de reais.

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