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O número de pedidos de recuperação judicial cresceu 55% em 2015, chegando a 1.287 frente aos 828 pedidos registrados em 2014 e os 874 verificados em 2013. O levantamento foi feito pelo Serasa Experian através do Indicador de Falências e Recuperações. O resultado é o maior para o acumulado do ano desde 2006, após a entrada em vigor, em junho de 2005, da Nova Lei de Falências.

“Foi um recorde da série histórica, resultado de uma combinação perversa de fatores. A recessão afetou a geração de caixa das empresas, com produção e vendas menores. Ao mesmo tempo os juros subiram elevando o custo financeiro. A alta do dólar também elevou o custo operacional, já que a maior parte das empresas é importadora de matérias-primas e outros insumos. Com essa combinação chegamos ao patamar recorde de pedidos de recuperação judicial”, explica Luiz Rabi, economista da Serasa.

Ele explica que os pedidos de recuperação judicial são feitos pelas próprias empresas devedoras, que não conseguem saldar seus débitos com fornecedores ou bancos. Depois é feito um plano de recuperação, que precisa ser aprovado pela Justiça e pelos credores. “A empresa mostra que tem intenção de pagar e passa por por problemas conjunturais e não do negócio. O pedido de recuperação é uma tentativa de tornar a empresa economicamente viável”, diz Rabi

De acordo com o levantamento, as micro e pequenas empresas lideraram os requerimentos de recuperação judicial no ano passado, com 688 pedidos, seguidas pelas médias (354) e pelas grandes empresas (245).

Na análise mensal, o indicador constatou aumento de 23% dos pedidos em dezembro passado em relação a novembro. Foram 150 pedidos contra 122 no mês anterior. Já na comparação entre dezembro passado e dezembro do ano anterior a alta foi de 183,0%, de 53 para 150.

“As micro e pequenas representam cerca de 905 das empresas do país. Mas é preciso notar que mesmo as grandes empresas tiveram grande representatividade no número de pedidos (19%). De 2014 para 2015, o número de pedidos de recuperação judicial feito por grandes empresas cresceu 80%, o que mostra que a crise está pegando todo mundo”, diz Rabi.

Já os pedidos de falência totalizaram 1.783 em todo o país, no ano passado, um aumento de 7,3% em relação aos 1.661 aos efetuados em 2014. Dos 1.783 requerimentos de falências, 923 foram de micro e pequenas empresas, 415 de médias e 448 de grandes.

“É o maior número de pedidos de falência dos últimos três anos”, diz o economista da Serasa. Rabi não acredita numa mudança no elevado número de pedidos de recuperação judicial pelo menos até o primeiro semestre deste ano.

“Enquanto o governo não se acertar politicamente, estancar a recessão dificilmente essa tendência de alta vai se reveter. Na melhor das hipóteses, um alívio pode acontecer a partir do segundo semestre”, afirma o economista da Serasa.

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