Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Mercado de trabalho

Pelo direito de ser autônomo

Cerca de 600 profissionais de beleza protestaram ontem contra decisão do MPT que pede a anulação de contratos com salões

Manifestação juntou 600 profissionais no Centro | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Manifestação juntou 600 profissionais no Centro (Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo)

Profissionais de beleza dos principais salões de Curitiba saíram às ruas na tarde de ontem para protestar contra uma ação do Ministério Público do Trabalho que questiona a legitimidade dos contratos de locação de espaço firmados entre os profissionais autônomos e os salões. Segundo informações da Guarda Municipal, cerca de 600 pessoas participaram da manifestação, que terminou em frente ao Ministério do Trabalho.

O impasse começou há seis meses, depois que o Mi­­­nistério Público do Tra­balho, na figura do procurador Alberto Emiliano de Oliveira Neto, entrou com ação pedindo que os contra­tos dos profissionais autôno­mos com os salões fossem a­nulados em um prazo de 90 dias. Segundo o presi­den­te do Sindicato dos Pro­fissionais Autônomos em Be­leza Estética (Spabep), Sandoval Tibúrcio, a ação afirma que os contratos firmados entre os profissionais autônomos e os salões de beleza são fraudulentos e não configuram relação de trabalho autônomo.

Tibúrcio afirma que o mo­delo de contratos foi cria­do há 17 anos, durante convenção coletiva, e teve a chancela da Delegacia Regional do Trabalho, que reconheceu a legalidade dessa prática. Além disso, os contratos são elaborados e assistidos pelo Sindicato dos Profissionais Autônomos em Beleza Estética (Spabep) e Sindicato dos Institutos de Beleza (Sincaces).

Para o procurador, no entanto, existem casos em que os profissionais se denominam autônomos, mas trabalham subordinados aos donos do salão. "A investigação pretende apurar e coibir a existência de trabalho sem carteira assinada em locais onde há indícios de vínculo empregatício, mas não há direitos trabalhistas assegurados".

Segundo ele, a existência de um contrato de autônomo e o recolhimento de INSS e pagamento de impos­tos não excluem a existência de vínculo entre profissionais e salões. Entre os critérios que indicam a relação de emprego, Oliveira Neto destaca a pessoalidade (quando o profissional não pode ser substituído); a subordinação (quando o dono do salão controla e organiza a atividade); remuneração (quando existe o pagamento de salário pelo serviço prestado); e a dependência (quando o empregado precisa do empregador para desenvolver seu trabalho).

A maior parte dos profissionais de beleza de Curitiba e região metropolitana trabalham como autônomos e firmam contratos de aluguel de espaço com os salões. As porcentagens variam de acordo com a profissão. Para cabeleireiros, por exemplo, a média é de 50%. Já as manicures ficam com 70% do valor cobrado pelo serviço e repassam 30% para o salão.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.