As editoras Companhia das Letras e Penguin anunciaram ontem, em São Paulo, que o grupo britânico adquiriu 45% da empresa brasileira. Os valores não foram divulgados, mas a reportagem apurou no mercado editorial que a estimativa é de que a Penguin tenha pago R$ 50 milhões. Em 2010, a Companhia das Letras faturou R$ 70 milhões.
Individualmente, a Penguin será a principal acionista da Companhia das Letras, mas o dono da editora brasileira, Luiz Schwarcz, diz que na prática isso é "irrelevante". "Posso garantir que o controle está totalmente em nossas mãos [das famílias Schwarcz e Moreira Salles] e ficará por um longo tempo. Não penso em me aposentar tão cedo", disse Schwarcz, 55 anos.
As duas empresas já mantinham parceria havia dois anos para a publicação de títulos clássicos no Brasil, sob o selo Penguin-Companhia. Segundo John Makinson, presidente-executivo da Penguin, essa transação é a maior já feita pela editora britânica para livros de línguas que não a inglesa.
Fundada em 1986, a Companhia das Letras integra o grupo das maiores editoras brasileiras do segmento de "obras gerais", excluindo didáticas, técnicas e religiosas. É reconhecida por seu time de autores, do qual fazem parte prêmios Nobel como Orhan Pamuk e J.M. Coetzee e autores como Jorge Luis Borges e Philip Roth. Tem apostado em clássicos nacionais (adquiriu recentemente a obra de Drummond) e no segmento educacional.
A Penguin pertence ao grupo Pearson, gigante mundial na área de livros didáticos que comprou em 2010 o controle do Sistema Educacional Brasileiro (SEB). A Penguin é uma das principais editoras em ferramentas eletrônicas e uma das maiores parceiras da Amazon em conteúdo digital.



