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Curitiba – A comerciante Emília Seguro, dona do Mercado Geada, em Campo Largo, não faz segredo de como está o negócio. Toda segunda-feira, ela se reúne com outros seis empresários do setor para contar como foi sua semana, apresentar o balanço das vendas, discutir problemas e buscar idéias para melhorar o faturamento. O objetivo desse grupo de pequenos varejistas, chamado de Rede Ascal, é usar a troca de experiências e as necessidades em comum para aumentar a competitividade e promover o desenvolvimento conjunto.

Pesquisa do Sebrae mostra que 41% das empresas que participam do Projeto Empreender, que estimula esse tipo de ação, tiveram aumento de faturamento desde que passaram a dividir problemas e soluções com os concorrentes. De acordo com o estudo, feito com 4.082 empresas de 336 cidades de 21 estados brasileiros, 42% dos participantes aumentaram a produtividade e 67% ganharam mais clientes.

Para a comerciante de Campo Largo, a união com outros mercados da cidade foi responsável pelo aumento de 10% do faturamento. O benefício vai além do resultado financeiro. "A troca de experiência melhora tudo, da relação com fornecedores até o atendimento aos clientes", afirma Emília, que participa do grupo desde que foi fundado, há dois anos.

A criação do núcleo supermercadista de Campo Largo, com o apoio da associação comercial do município e do Sebrae, ocorreu depois que Curitiba passou a ter um grande número de hipermercados. Atraídos pelas promoções e propagandas, consumidores começaram a deixar a cidade para fazer compras na capital. "Houve uma fuga de clientes e, por isso, resolvemos nos unir", conta Emília. Segundo ela, a idéia de que a associação entre os pequenos mercados impediria a evasão de consumidores para Curitiba foi frustrada. "Hoje temos consciência de que não podemos competir com as grandes redes de supermercados, mas se não estivéssemos unidos não teríamos nem sobrevivido."

Os sete supermercadistas que participam do núcleo adotaram a marca da Rede Ascal, mas não abandonaram o antigo nome. "A gente tem planos de padronizar as fachadas, mas isso requer investimentos que ainda não estão nos nossos planos", diz Emília. O nome em comum facilita as negociações com fornecedores e as ações de marketing.

A ação conjunta traz vantagens para o consumidor. Em Ponta Grossa, oito pequenas farmácias se uniram, também com o apoio do Sebrae, e conseguiram reduzir o preço de medicamentos e concorrer com grandes redes. "Como nosso volume de compras ficou maior, os distribuidores oferecem melhores descontos e facilidades de pagamento", afirma o empresário e farmacêutico Luiz Eduardo Martins de Souza.

A união também facilita investimentos em marketing. As oito farmácias de Ponta Grossa estão preparando 50 mil panfletos promocionais, com o endereço de todas elas. "Uma farmácia pequena não teria condições de fazer esse investimento sozinha", afirma Souza.

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