Pequenos investidores agora podem comprar Letras de Crédito Imobiliário (LCI), um tipo de "CDB imobiliário" que tem isenção fiscal, que as instituições financeiras só ofereciam para clientes do private bank (gestão de fortunas) em aplicações de mais R$ de 300 mil.
Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Itaú e Santander já vendem esses papéis para clientes de alta renda no Santander a aplicação mínima é de R$ 30 mil e na Caixa, de R$ 50 mil.
A partir de hoje, o Sofisa começa a vender na internet LCI sem mínimo de aplicação. Na instituição, as taxas vão de 91% do CDI (9,4% ao ano) para aplicações de 90 dias a 94% do CDI (9,71% ao ano) para 180 dias.
A vantagem das LCI é a isenção de IR que torna a aplicação parecida com a poupança, só que com retorno perto do CDI taxa pós-fixada de empréstimo entre bancos, espécie de Selic privada. Na sexta, o CDI foi de 10,33% (a Selic está em 10,5%).
"Queremos fazer com a LCI o mesmo que fizemos com CDB acima de 100% do CDI; era uma coisa que os bancos só ofereciam para quem tinha mais de R$ 1 milhão e que agora está na internet para qualquer um", disse Bazili Swioklo, diretor do Sofisa.
Apesar de estar vinculado a imóveis, o risco do investimento não tem nada a ver com o do mutuário em caso de inadimplência; mesmo se o mutuário não pagar, o banco é obrigado a cobrir.
No caso, o risco é de o banco quebrar como em qualquer CDB, sendo que até R$ 70 mil há garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos).
Diferentemente dos CDBs, que têm liquidez diária (resgate a qualquer momento), as LCIs só podem ser sacadas na data de vencimento.
Como a Letras de Crédito Agrário (LCA), a LCI tem rendimento líquido imbatível, especialmente para prazos de até seis meses que, na renda fixa tradicional, têm alíquota de 22,5% de IR.
Enquanto um CDB de menos de seis meses com taxa de 95% do CDI tem um rendimento líquido na casa de 7,6% ao ano, uma LCI com a mesma taxa daria 9,8%.
A primeira a quebrar o tabu foi a Caixa Econômica Federal, maior banco do crédito imobiliário, que oferece esses papéis a clientes de alta renda. Na Caixa, que prefere não falar o percentual do CDI dado aos clientes, a aplicação mínima é de R$ 50 mil.
No Santander, que estreou as LCI no início do ano, elas têm juros que vão de 81% (8,38% ao ano) a 88% do CDI (9,09% ao ano). "A LCI premia a permanência na aplicação. Vimos que tinha demanda e que podíamos oferecer", diz Edson Franco, superintendente do Santander. "O produto é muito requisitado pois a rentabilidade é líquida, além da segurança oferecida pela marca Caixa", disse Humberto Magalhães, superintendente da Caixa.



