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Ponta Grossa – Após dois anos de negociações, a Perdigão conseguiu concretizar a compra de 51% das ações que a Parmalat tinha na Batávia S/A, indústria de laticínios de Carambéi, na região dos Campos Gerais. O negócio foi fechado ontem, quando a assembléia de credores da Parmalat no Brasil aprovou a venda do grupo para o fundo de investimentos Latin America Equity Partners (Laep). O fundo, por sua vez, repassou as ações da Batávia para a Perdigão por R$ 101 milhões. No entanto, o negócio ainda precisa ser homologado pela 1.ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, onde tramita o processo da Parmalat.

De acordo com Marcelo Bertoldi, advogado que representa a Cooperativa Central de Laticínios do Paraná Ltda. (CCLPL) e a Agromilk – que juntas detêm os 49% restantes das ações da Batávia – a venda do controle acionário só foi possível após um consenso entre estas duas empresas: ambas foram favoráveis à entrada da Perdigão no negócio e abriram mão das pendências jurídicas com a Parmalat.

Em fevereiro de 2004, uma liminar afastou a multinacional italiana da direção da indústria. "Trocamos uma acionista problemática por uma competente. As cooperativas estão satisfeitas com o negócio", disse Bertoldi.

Com o negócio, a Perdigão estreita ainda mais as relações com a indústria de Carambeí. Em 2000, a empresa catarinense comprou 51% do frigorífico da Batávia e, no ano seguinte, adquiriu o restante. Desde então, ela utiliza a marca Batavo sob licenciamento para a linha de produtos à base de carne. "Essa relação absolutamente transparente foi facilitadora para concretizar a venda", disse o diretor de desenvolvimento de negócios da Perdigão, Nelson Vas Hacklauer. O contrato também prevê que a Batávia continue usando a marca Pamalat nos produtos lácteos.

O controle acionário diversifica os negócios da empresa catarinense, concentrados na área de carnes de aves e suínos. A intenção é expandir a participação da Batávia no mercado de refrigerados no Brasil (atualmente ela é a terceira no país, com 219 produtos e 13% em participação). "A Batavo tem 11 mil clientes e nós temos 80 mil no país. Com a estrutura logística que possuímos, podemos alavancar os negócios da Batavo", afirmou Hacklauer. Segundo ele, existe ainda a possibilidade de a Perdigão adquirir o restante das ações. A CCLPL e a Agromilk podem vender suas partes na empresa, e a Perdigão tem exclusividade na compra pelos próximos dois anos, com a obrigatoriedade do grupo catarinense pagar R$ 95,2 milhões por elas. "Para nós, um acionista a mais ou um amenos não fará diferença. Todos serão tratados da mesma maneira. Se eles quiserem vender, compraremos", disse.

O diretor geral da Batávia, José Antônio Fay, afirmou que a negociação não vai mudar a estrutura da empresa. "O que houve apenas foi a troca do controle acionário", resumiu.

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