
Rio de Janeiro Afinal, quem é o usuário de GNU/ Linux no desktop? Uma pesquisa feita pelo OpenSuse Linux com mais de 27 mil usuários do sistema do gnu e do pingüim traçou recentemente um perfil. Para começo de conversa, 98% dos pesquisados são homens. A faixa etária onde se concentra o maior número de pingüineiros é entre 20 e 29 anos (35%) e, como era de se esperar, boa parte considera ter nível de usuário experiente.
Experiente, mas não necessariamente avançado. Descrevendo-se, uma fatia (36%) da turma do Linux admitiu saber coisas sobre computadores, mas não necessariamente ter grandes habilidades técnicas apenas configurar o computador sem maiores estresses. Claro, há a turma profissional (32%), que aproveita a expertise no sistema open-source no trabalho. Caso, por exemplo, de Sulamita Garcia, membro do movimento LinuxChix e estrategista Linux da Intel para a América Latina. "Quando estava na universidade, eu era administradora de redes e preferia a estabilidade do Unix", conta Sulamita. "Quando entrei em contato com o Linux, descobri que era um unix-like que eu poderia ter no meu desktop. Além disso, podia ver o código-fonte e descobrir como foi escrito. Isso me deixou fascinada."
Vinte e cinco por cento dos entrevistados na pesquisa são estudantes, contra 21% de administradores de sistemas. Oitenta e nove por cento usam internet banda larga. E as características que esse tipo de usuário mais procura num software são, pela ordem: estabilidade (78%), segurança (63%) e usabilidade (58%).
Estabilidade, aliás, foi o que levou Cláudio Ferreira Filho, mantenedor do projeto BrOffice.org, a prestar mais atenção no GNU/Linux. "Sempre gostei de experimentar sistemas operacionais, e comecei a testar o Linux em 94. Até 2000, tinha uma partição no trabalho para brincar com ele. Então tive autorização da direção da empresa onde trabalhava para montar o servidor central todo em Linux", conta.
Muita gente, segundo o estudo OpenSuse, ainda tem dual boot na máquina, isto é, usa Windows junto com Linux. Isso ocorre em 69% dos casos. No sistema do pingüim, o ambiente gráfico mais usado é o KDE (71%), mas a maioria dos usuários (64%) usa aplicações em modo texto, ou seja, "escova bits". Nesta turma está o consultor Marcos Tadeu, que começou a usar o GNU/Linux em 1993 (o sistema foi lançado em 1991). "Ele tem estabilidade e não apresenta nenhum problema com vírus, além de ser mais estável nas conexões via modem e ter navegação mais rápida", diz. "Com ele, também não tenho o menor receio de usar o banco ou o cartão de crédito na internet."



