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Petrobras capta US$ 8,5 bilhões em venda de títulos no exterior

Ofertas pelos papeis somam US$ 22 bilhões. Perspectiva de aumento do endividamento derruba ações da estatal

Plano de negócios da petroleira prevê investimentos  de US$ 220,6 bilhões até 2018 | Divulgação
Plano de negócios da petroleira prevê investimentos de US$ 220,6 bilhões até 2018 (Foto: Divulgação)

Com uma demanda três vezes acima da oferta, mas também pagando prêmios bem mais altos do que no ano passado, a Petrobras voltou ao mercado internacional com uma captação de US$ 8,5 bilhões, segundo fontes do setor bancário. Interessados em comprar os títulos da companhia somaram ofertas de mais de US$ 22 bilhões. Foram emitidos títulos com prazo de vencimento de três, seis, dez e 30 anos.

As ações da Petrobras reagiram mal no mercado diante da perspectiva de aumento do endividamento, que já é o maior entre as grandes petroleiras do mundo e está bem acima dos limites considerados internamente na estatal como confortáveis. As ações ordinárias caíram 1,73% e as preferenciais 2,33%.

Com a emissão de ontem de bonds em dólar, a Petrobras encerra as captações em moedas tradicionais em 2014, já que apenas uma operação é feita em cada moeda por ano. Em janeiro, a Petrobras fechou uma captação em euro e em libra equivalente a quase 3,8 bilhões de euros, a maior que já havia sido feita no velho continente por uma companhia de país emergente.

A demanda de investidores na Europa em janeiro também ficou cerca de três vezes acima do montante captado. Na ocasião, o diretor financeiro, Almir Barbassa, considerou o interesse um voto de confiança na empresa.

Garantia

Em 2013, a empresa captou ao todo cerca de US$ 20 bilhões, sendo US$ 11 bilhões no mercado norte-americano. As captações feitas neste ano em dólar, euro e libra somam cerca de US$ 13,5 bilhões, ainda menos do que no ano passado, mas acima dos US$ 12,1 bilhões que a companhia disse esperar, em média, de captação bruta até 2018.

Segundo o diretor do Centro Brasileiro de Infra­estrutura Adriano Pires, a emissão sinaliza que a Petrobras garantiu suas necessidades de capital mesmo sem reajustes de combustíveis no curto prazo."Até a Copa não tem chance de reajuste", disse.

No ano passado, portanto ainda sem contabilizar as duas emissões feitas neste ano, a Petrobras já havia estourado seus limites internos de alavancagem. O endividamento líquido sobre Ebitda estava em 3,52 vezes, bem acima do limite considerado confortável internamente, de 2,5 vezes. Já o endividamento líquido sobre captação líquida estava em 39%, contra os 35% máximos considerados ideais. Um aumento excessivo do endividamento eleva as chances de que a estatal possa perder sua nota de "grau de investimento" concedida por agências internacionais de classificação de risco.

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