A Petrobras inicia em agosto testes para a utilização do álcool em usinas termelétricas, visando a sua aplicação no Brasil e no Japão, informou o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, nesta terça-feira.
Segundo o diretor, os testes deverão levar entre quatro e seis meses, e o objetivo é substituir o gás natural como matéria-prima para a geração de energia nas térmicas.
"Já é intenção do Japão ter essa alternativa ao gás natural, e vamos aplicar também para ver se dá certo no Brasil", disse Costa a jornalistas após a abertura de um seminário sobre etanol.
A Petrobras pretende exportar 3,5 bilhões de litros de etanol em 2011, principalmente para o mercado japonês. Para isso, a empresa entrará como sócia de projetos de plantação de cana e produção de álcool da iniciativa privada.
De acordo com Costa, a idéia é criar complexos bioenergéticos, onde haverá uma usina exclusivamente para a produção de álcool, com geração própria de energia por biomassa. Os complexos também irão gerar créditos de carbono.
Além disso, haverá uma unidade de produção de biodiesel para alimentar os tratores, as colheitadeiras e caminhões utilizados no processo de fabricação do biocombustível.
Os contratos, de um total de 40 que estão sendo analisados, serão assinados nos próximos três meses e terão duração de 15 anos, explicou Costa. Ele informou que a Petrobras e a japonesa Mitsui -parceira da estatal nos projetos de álcool no Brasil- terão participação de no máximo 30 por cento nesses projetos.
"Seremos sempre minoritários e o sócio-majoritário será o responsável pelo financiamento", disse Costa. Segundo o diretor, os bancos JBIC e BNDES deverão participar da estrutura do financiamento para a construção das usinas.
As primeiras cinco usinas terão capacidade para produzir 200 milhões de litros/ano cada e custarão entre 200 milhões e 250 milhões de dólares. A geração de energia por unidade deverá atingir entre 30 e 40 megawatts, e uma parte dessa geração será vendida no mercado.
Costa admitiu que provavelmente a Petrobras não assinará contrato com os 40 projetos que estão sendo analisados, estimando que "pelo menos entre 15 e 20 estão no nosso horizonte".
Além do mercado japonês, a empresa está visando, no longo prazo, a abertura do mercado norte-americano, assim como o de outros países asiáticos, declarou.
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