Apesar de já ter recebido, desde a semana passada, a primeira parcela de US$ 56 milhões do governo da Bolívia pela venda das duas refinarias que possuía no país, a Petrobras não sabe ainda quando passará o controle das mesmas para a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).
Segundo fontes locais, até agora a YPFB não conseguiu fechar o contrato de seguro com um pool de seguradoras para poder assumir a operação das duas unidades. O problema é que as companhias têm receio de fechar o seguro considerando que a YPFB não tem experiência na operação das refinarias. Desde fins de 1999, quando as atividades de produção de gás natural e petróleo tinham sido privatizadas, a YPFB deixou as atividades de operação.
O seguro atual das refinarias será suspenso no dia em que a Petrobras deixar de operar as duas unidades. No caso da Petrobras, o valor do seguro das mesmas é bem diluído, considerando que faz parte de um único seguro para todas as refinarias da estatal brasileira, tanto as que possui no Brasil como no exterior.
A retomada das refinarias é importante para o governo de Evo Morales porque representa a concretização da nacionalização efetiva do setor de petróleo e gás no país, anunciado por decreto supremo em maio do ano passado. Desde então, a Petrobras já deixou as atividades de distribuição de combustíveis, e agora está saindo do refino. A companhia brasileira continua contudo com as atividades de exploração e produção de gás natural na Bolívia. A Petrobras é responsável por cerca de 60% da produção de gás natural da Bolívia.



