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A Petrobras informou na terça-feira que deve produzir em larga escala o etanol feito a partir de celulose entre 2015 e 2020, com a primeira planta industrial entrando em funcionamento entre 2011 e 2015.

"A partir de 2015 acho que essa tecnologia já estará num nível para ser comercial", afirmou Gilberto Ribeiro de Carvalho, gerente de novos negócios do abastecimento corporativo da Petrobras, após uma apresentação em conferência da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag).

Muitas empresas em todo o mundo, incluindo a Petrobras, estão em busca do desenvolvimento de uma tecnologia que permita a produção de etanol a partir de materiais celulósicos.

Especialistas dizem que essa tecnologia poderia ser um divisor de águas já que elevaria a produção de etanol com a mesma área plantada de cana, por meio do uso de resíduos de biomassa. Ela também permitiria que uma série de materiais pudesse virar biocombustível.

"Há gente investindo muito dinheiro nisso... então temos que nos posicionar. Temos que desenvolver o projeto, fazer uma carteira de clientes, ganhar mercado para quando tivermos o etanol de lignocelulose. Então temos que ser rápidos", disse.

A lignocelulose é uma substância formada por lignina e celulose comumente encontrada em células de vegetais.

Carvalho afirmou também que a Petrobras está concluindo seu projeto do alcoolduto que ligará Goiás a São Paulo e está em contato com possíveis novos parceiros. Se o projeto for finalmente aprovado pela diretoria da companhia, detalhes devem ser divulgados em dois meses, disse.

A trading Mitsui está em negociações para se tornar sócia do duto, disse Carvalho. A empresa japonesa é especialmente importante para a Petrobras, já que pode ajudar a abrir o atraente mercado japonês de combustíveis. A construtora Camargo Corrêa também está negociando para se tornar parceira.

"A Petrobras quer ter uma participação minoritária. Agora estamos procurando sócios brasileiros (usinas). Este é um bom momento para começarmos a conversar com possíveis parceiros já que temos mais detalhes do projeto", disse Carvalho.

Produtores têm mostrado preocupação com o controle do duto pela Petrobras e alguns deles lançaram recentemente um projeto para construir seu próprio duto dentro do Estado de São Paulo.

"Desde o início, a Petrobras tem se posicionado para complementar. Temos que buscar sinergias com o setor produtor", disse Carvalho, explicando que contratos de longo prazo com produtores de etanol limitariam os riscos do investimento.

A Petrobras também está investindo em produção de etanol para exportação através de participações minoritárias em até 40 projetos de usinas de etanol, avaliados em 8 bilhões de dólares, juntamente com a Mitsui.

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