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Repar concordou em contratar seis novos trabalhadores – pouco, perto dos 400 requisitados pelo Sindipetro PR-SC | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Repar concordou em contratar seis novos trabalhadores – pouco, perto dos 400 requisitados pelo Sindipetro PR-SC| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

FUP discute greve geral por acidentes em série nas refinarias

Folhapress

Embora os trabalhadores da Repar, em Araucária, tenham decidido voltar ao trabalho, os acidentes ocorridos recentemente nas refinarias da Petrobras podem provocar uma paralisação nacional dos petroleiros. A Federação Única da categoria (FUP) se reuniu ontem para discutir a convocação de uma greve geral por mais segurança nas unidades da estatal. Nada foi decidido. De acordo com o diretor da FUP José Maria Rangel, o motivo dos acidentes é o mesmo que levou a interdições da Agência Nacional do Petróleo (ANP) de 11 plataformas de produção da empresa em 2011: falta de manutenção para evitar a redução da produção.

Desta vez, ele acusa também o Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop) da estatal como fator que estimula a ocorrência dos acidentes, por buscar reduzir o tempo de manutenção das unidades.

Acidentes

Além da Repar, sofreram acidentes não fatais nas últimas duas semanas as refinarias Reman (Manaus), Reduc (Rio de Janeiro), Regap (Minas Gerais) e Rlam (Bahia).

Os trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), que entraram em greve no último domingo, retomaram o trabalho ontem. Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR-SC), embora a maioria das reivindicações não tenha sido atendida, a refinaria acolheu alguns dos pedidos que eram pré-requisitos dos trabalhadores para a retomada da produção.

A paralisação, que afetou um terço da produção, ocorreu porque a Repar não aceitou as propostas do Sindipetro para aumentar a segurança da Unidade de Destilação U-2100, afetada pelo acidente seguido de incêndio ocorrido no final de novembro. A produção da refinaria só deve se normalizar no final de dezembro, segundo o diretor do Sindipetro, Anselmo Ruoso Jr.

Uma das exigências dos petroleiros para a partida da unidade era a contratação de mais 400 funcionários – hoje há 600 na parte de manutenção e operação da refinaria. A Repar concordou com a contratação de seis profissionais, um para cada grupo de trabalho, e deve discutir a contratação dos outros no dia 14 de janeiro de 2014. "Pode parecer pouco, mas um profissional a mais faz uma grande diferença. Diante de uma tendência radical de redução de efetivo, essa foi uma grande conquista", afirma o presidente do Sindipetro PR-SC, Silvaney Bernardi.

Grupo de trabalho

Outra conquista dos petroleiros foi a criação de um grupo de trabalho para acompanhar as condições de saúde dos funcionários envolvidos no acidente. Muito deles, segundo Silvaney, ajudaram a combater o incêndio na Unidade de Destilação U-2100 e acabaram inalando várias substâncias prejudiciais à saúde.

Incêndio

O principal motivador da greve foi o acidente ocorrido no fim de novembro na Unidade de Destilação U-2100. Desde então, a produção na refinaria, conforme informações do sindicato, foi normal apenas no setor de tancagem da refinaria, onde é estocada parte da gasolina e do diesel. A Repar tem sido abastecida com combustíveis trazidos através de Paranaguá e São Francisco do Sul (SC).

Retomada

Inicialmente, a Repar deve voltar a operar com dois terços da carga usualmente processada. A produção plena da refinaria da Petrobras não poderá ser atingida logo porque uma das colunas da unidade de destilação está danificada, bem como o condensador, equipamento que faz o resfriamento nesta etapa do refino, afirmou o diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Waldyr Martins Barroso. Para a ANP, a causa do acidente já foi identificada: o uso de um tipo de aço inadequado, mais fraco para uma suportar as elevadas temperaturas de uma refinaria.

A Petrobras está importando mais derivados para dar conta de substituir a produção da refinaria, que responde por 12% do abastecimento do país.

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