
Os trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), que entraram em greve no último domingo, retomaram o trabalho ontem. Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR-SC), embora a maioria das reivindicações não tenha sido atendida, a refinaria acolheu alguns dos pedidos que eram pré-requisitos dos trabalhadores para a retomada da produção.
A paralisação, que afetou um terço da produção, ocorreu porque a Repar não aceitou as propostas do Sindipetro para aumentar a segurança da Unidade de Destilação U-2100, afetada pelo acidente seguido de incêndio ocorrido no final de novembro. A produção da refinaria só deve se normalizar no final de dezembro, segundo o diretor do Sindipetro, Anselmo Ruoso Jr.
Uma das exigências dos petroleiros para a partida da unidade era a contratação de mais 400 funcionários hoje há 600 na parte de manutenção e operação da refinaria. A Repar concordou com a contratação de seis profissionais, um para cada grupo de trabalho, e deve discutir a contratação dos outros no dia 14 de janeiro de 2014. "Pode parecer pouco, mas um profissional a mais faz uma grande diferença. Diante de uma tendência radical de redução de efetivo, essa foi uma grande conquista", afirma o presidente do Sindipetro PR-SC, Silvaney Bernardi.
Grupo de trabalho
Outra conquista dos petroleiros foi a criação de um grupo de trabalho para acompanhar as condições de saúde dos funcionários envolvidos no acidente. Muito deles, segundo Silvaney, ajudaram a combater o incêndio na Unidade de Destilação U-2100 e acabaram inalando várias substâncias prejudiciais à saúde.
Incêndio
O principal motivador da greve foi o acidente ocorrido no fim de novembro na Unidade de Destilação U-2100. Desde então, a produção na refinaria, conforme informações do sindicato, foi normal apenas no setor de tancagem da refinaria, onde é estocada parte da gasolina e do diesel. A Repar tem sido abastecida com combustíveis trazidos através de Paranaguá e São Francisco do Sul (SC).
Retomada
Inicialmente, a Repar deve voltar a operar com dois terços da carga usualmente processada. A produção plena da refinaria da Petrobras não poderá ser atingida logo porque uma das colunas da unidade de destilação está danificada, bem como o condensador, equipamento que faz o resfriamento nesta etapa do refino, afirmou o diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Waldyr Martins Barroso. Para a ANP, a causa do acidente já foi identificada: o uso de um tipo de aço inadequado, mais fraco para uma suportar as elevadas temperaturas de uma refinaria.
A Petrobras está importando mais derivados para dar conta de substituir a produção da refinaria, que responde por 12% do abastecimento do país.



