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Defasagem Brasil é o que menos investe em pesquisa

Genebra – Apenas uma a cada mil pessoas que trabalham no Brasil é um cientista. Os dados coletados pela OCDE alertam que o país está entre os últimos colocados no que se refere à pesquisa e desenvolvimento em comparação às principais economias do mundo. Hoje, 3,6 milhões de cientistas trabalham nos países ricos. Dois terços deles no setor privado. Em alguns países como a Finlândia, o número chega a ser de 17 cientistas para cada mil trabalhadores. Nos Estados Unidos são quase 10.

Investimentos em pesquisa e formação de cientistas são questões fundamentais para garantir o crescimento das economias. O resultado pode ser visto no volume de patentes registrado por países. Finlândia, Japão e Suíça, por exemplo, registram 120 vezes mais patentes que o Brasil a cada ano. A população com título universitário no Brasil também está bem abaixo. Apenas 7,8% das pessoas entre 25 e 64 anos tem grau universitário ou diploma técnico. No Japão, essa taxa chega a 37% da população e na Rússia a 54%. A média dos países ricos é de 25,2%. México, Portugal e Turquia estão acima do Brasil.

Genebra – O Brasil pode ter revisto o cálculo de seu Produto Interno Bruto (PIB) e, com isso, elevado sua participação entre os maiores mercados do mundo. Mas um estudo detalhado da situação das principais economias do planeta feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deixa claro que o país tem um longo caminho a percorrer para superar suas deficiências na área econômica e social.

Para avaliar a situação das 35 maiores economias do mundo – os 30 países desenvolvidos e China, África do Sul, Índia, Rússia e Brasil –, a OCDE publicou ontem uma coletânea de mais de 150 indicadores econômicos e sociais para permitir uma comparação nos níveis de desenvolvimento de cada economia.

Os dados mostram que os desafios para o Brasil ainda são significativos. A população cresce a taxas mais elevadas que a média dos países ricos, mas o desempenho do PIB há mais de uma década não consegue acompanhar os países emergentes. Ao mesmo tempo, o país sofre com uma falta de cientistas e pesquisa, tem um das piores taxas de cidadãos com grau universitário e sérios desafios na área ambiental.

A economia brasileira já está há mais de 15 anos patinando para tentar acompanhar o ritmo de crescimento do PIB da China, Rússia, Índia, África do Sul e México. O levantamento mostra que, desde o início dos anos 90, o crescimento médio anual brasileiro foi de 2,9%. A taxa é um pouco superior à média dos países ricos, que tradicionalmente crescem a um porcentual menor que os emergentes diante do tamanho de suas economias.

Entre 1992 e 2005, o aumento do PIB das economias desenvolvidas foi de 2,6%. Enquanto a Coréia e Irlanda apresentaram aumentos de mais de 5% por ano em média em suas economias, outras como Alemanha, França, Itália e Japão cresceram menos de 2%. No caso do Brasil, porém, o país ficou atrás de todos os países emergentes avaliados pela OCDE. A China apresentou um crescimento médio de 9,7%, seguido pela Índia com 6,5%, Rússia e Turquia com 3,8%, México com 3,1% e a África do Sul com 3%.

O Brasil chegou a ter anos de crescimento elevado, como 1994, quando registrou uma alta de 5,9%. Mas em média teve um desempenho nos últimos 15 anos inferior ao do Reino Unido, Espanha, Noruega, Grécia e Estados Unidos, que cresceu 3,2%.

Um dos fatores que é considerado como problemático no país é o nível de investimentos internos em formação de capital, seja na compra de máquinas e equipamentos, seja na construção de novas instalações para fábricas. No geral, os investimentos nessa área representam 21% do PIB nos países ricos. No Brasil, a taxa foi de 19,9% em 2005, contra mais de 43% na China, 27% na Irlanda e 29% na Espanha.

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