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Conjuntura

PIB cresceu só 2,7% em 2011, indica prévia do BC

Estimativa sugere que a economia brasileira avançou em ritmo menor que o das previsões mais pessimistas do governo. Mas há indícios de que “fundo do poço” foi superado

Ao lado da presidente Dilma Rousseff, em cerimônia no Palácio do Planalto, Guido Mantega admitiu que o PIB pode ter crescido “um pouco menos de 3%”, até então a pior expectativa do governo | Antonio Cruz/ABr
Ao lado da presidente Dilma Rousseff, em cerimônia no Palácio do Planalto, Guido Mantega admitiu que o PIB pode ter crescido “um pouco menos de 3%”, até então a pior expectativa do governo (Foto: Antonio Cruz/ABr)

A economia brasileira cresceu 2,72% em 2011, segundo estimativa divulgada ontem pelo Banco Central. Se esse índice for confirmado, significa que no ano passado a atividade avançou abaixo até das previsões mais pessimistas do governo, que citavam pelo menos 3% de expansão do PIB. Apesar dessa frustração, os dados vieram dentro do esperado pelo mercado financeiro e reforçaram a análise de que o "fundo do poço" ficou para trás, já que a atividade econômica voltou a crescer no fim do ano.

Considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) do ano passado frustrou parte da equipe econômica que, otimista, previa desempenho pouco melhor. Em Brasília, a aposta mais pessimista era do BC, que trabalha com expansão do PIB de 3% em 2011. No Ministério da Fazenda, que já trabalhou com a aposta de que a economia cresceria 3,8% em 2011, a expectativa mais recente era de 3,2%.

Os números de ontem, porém, levaram o ministro Guido Mantega a ser mais cauteloso. "Será em torno de 3%, um pouco mais ou um pouco menos", disse. Ao minimizar o dado do ano passado, o ministro argumentou que é preciso olhar para os próximos meses: "Esse PIB já ficou para trás e estamos caminhando para um PIB maior em 2012. Várias condições estão mais favoráveis."

Reação

O levantamento mostra que a prévia do PIB cresceu 0,57% em dezembro na comparação com novembro, na segunda alta mensal seguida e dentro do esperado pelos economistas. O movimento sinaliza recuperação após a contração da atividade vista entre agosto e outubro, quando o indicador caiu mês a mês.

Economistas dizem que números dos últimos meses de 2011 revelam que a economia começou a reagir à série de medidas adotadas pela equipe econômica desde agosto para incentivar a demanda. Além da queda dos juros e do incentivo ao crédito, o cenário internacional também colabora porque o noticiário tem trazido alguns sinais de reação, especialmente nos Estados Unidos.

Fogo baixo

"A economia brasileira está aquecendo gradualmente", afirmou o Banco Itaú em relatório distribuído aos clientes. Em tom parecido, a economista-chefe do Banco Fibra, Maristela Ansanelli, disse que os números vieram dentro do esperado e indicam apenas a "virada" após meses de retração. "Não é uma super recuperação. Mas é inquestionável que começamos a melhorar", disse Maristela.

A economista pontua, porém, que a reação pode ter algumas turbulências ao longo dos próximos meses. "Estamos apenas voltando à normalidade e o crescimento mais forte e evidente só será visto no segundo semestre", afirma.

Mantega crê em expansão de 4,5% neste ano

Agência O Globo

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que existem condições favoráveis para que a economia do país cresça mais este ano. Para Mantega, o indicador do Banco Central demonstrou que nos últimos meses de 2011 houve uma aceleração da economia, depois da desaceleração ocorrida em setembro e outubro.

"Inclusive para a indústria, que mais acelerou em novembro e dezembro, mostrando que o setor que estava com dificuldades econômicas e está na rota da recuperação. Entramos em 2012 com a economia acelerando", disse Mantega. O resultado oficial do desempenho da economia brasileira será divulgado apenas no início de março, pelo Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE).

Juros menores

Segundo Mantega, o crescimento do país em 2012 será ajudado pela desaceleração da inflação que, na avaliação dele, está ocorrendo e possibilita ao BC fazer uma política monetária "mais flexível". Com isso, disse o ministro, o crédito tende a aumentar mais com taxas de juros menores.

Em cerimônia no Palácio do Planalto, Mantega reforçou que espera que o país tenha um crescimento maior neste ano, de 4,5%. "Com certeza o crescimento vai ser maior, porque já começamos a tomar medidas no ano passado para reduzir custo financeiro, aumentar crédito e incentivos fiscais. Não tenho dúvidas de que vamos acelerar, vamos em busca desse resultado de 4,5% em 2012. Estamos reunindo várias condições favoráveis. O investimento será privilegiado pelo governo em 2012", disse o ministro.

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