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Soja armazenada em silo, em Paranaguá: safra de grãos influenciou resultado | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Soja armazenada em silo, em Paranaguá: safra de grãos influenciou resultado| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Dados regionais

Semestre foi melhor para o Paraná

O PIB acumulado no primeiro semestre de 2013 pelo Paraná mostra que o estado está melhor do que a média nacional, mas nem por isso é uma ilha. Segundo estudo do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), principalmente os investimentos em agropecuária puxaram o PIB acumulado para 3,9%, na comparação com o mesmo período de 2012. No Brasil, o acumulado é de 2,6%. Isso não livra o estado de uma expectativa de índice mais baixo no fim do ano, afirma o economista Gilmar Mendes Lourenço.

"O Brasil tem previsão de fechar o ano com PIB de 2%. O Ipardes avalia que o do Paraná fechará em 3,5%", analisa. Por uma questão tecnológica, o instituto tem acesso apenas ao PIB acumulado calculado pelo IBGE. Para Lourenço, o Paraná tem segurado as pontas devido ao baixo desemprego e à recuperação do crédito agropecuário. Mas o estado também está sujeito aos freios no consumo e outros cenários mais pessimistas da economia nacional, como o alto déficit público.

O economista Carlos Magno Andrioli Bittencourt, da PUC-PR, concorda com a análise. "Será difícil a economia do estado continuar nesta pujança", acredita. "O governo do estado está contingenciando contas e haverá novo aperto no orçamento para pagar o 13º salário do funcionalismo", compara.

Voo de galinha, crescimento artificial, o limite do ano. Mercado e especialistas avaliam assim a inesperada alta de 1,5% no índice no segundo trimestre de 2013, divulgada ontem pelo IBGE. Depois de um primeiro trimestre em que as expectativas foram pelo ralo com o índice abaixo do esperado (0,6%, contra 1% das estimativas prévias), uma soma de investimentos e exportações em alta elevou a taxa de riquezas produzidas no país.

INFOGRÁFICO: Entenda o que é o PIB

No acumulado, o Brasil tem crescimento de 2,6% no semestre, um pouco acima da expectativa de 2,5% para o ano anunciada pelo Ministério da Fazenda no último dia 22. A renda nacional bruta atingiu R$ 1,2 trilhão. Em 2012, havia sido de R$ 1,1 trilhão – a economia fechou o ano passado com crescimento de 0,9%, o menor em três anos. Já a poupança bruta atingiu R$ 200,1 bilhões no 2º trimestre do ano, acima dos R$ 186,5 bilhões registrados em 2012.

A balança que possibilitou a recuperação do PIB no trimestre mostra um acréscimo no investimento. Do ponto de vista da produção, o trimestre representa o ponto alto dos últimos 36 meses. A necessidade de financiamento subiu 2% em relação ao trimestre anterior. O montante alcançou R$ 41,8 bilhões contra os R$ 27,8 bilhões no mesmo período do ano passado. Também houve recuperação da taxa de exportações, que cresceu 6,9%, após decair o mesmo percentual no 1º trimestre.

Do ponto de vista do consumo, o trimestre voltou a apontar um ano de retração. A alta da inflação e o endividamento dão indícios de terem vitimado o consumo das famílias. O aumento das despesas de consumo das famílias foi de apenas 0,3% na comparação com o trimestre anterior. Ou seja, melhor do que o crescimento zero do primeiro trimestre, mas bem distante da boa série de índices de 2010.

Otimismo?

Já o economista André Biancharelli, do Instituto de Economia da Unicamp, acredita que as projeções pessimistas têm se baseado em avaliações precipitadas de setores econômicos brasileiros. "O setor de serviços, por exemplo, teve alta no PIB de 2,1% no semestre, mais do que a indústria (0,8%). Acredito que a decepção com o PIB no início do ano e a baixas expectativas dos setores industriais estejam puxando as análises muito para baixo", opina. Para Biancharelli, o ano de 2013 não será "brilhante" para a economia brasileira, mas fatores como o baixo desemprego e o alto investimento devem ser destacados.

Colheita recorde foi decisiva, diz CNA

Da Redação

Se para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) a agropecuária foi fundamental, para o setor a colheita recorde de grãos de 186 milhões de toneladas (com expansão de 12%) teve peso decisivo. A avaliação é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em volume maior, as commodities agrícolas sustentaram preços considerados bons pelo setor, devido à redução da oferta internacional causada pela quebra histórica na safra dos Estados Unidos.

O crescimento do PIB da agropecuária foi de 14,7% no primeiro semestre deste ano ante o mesmo período de 2012, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A agricultura conseguiu compensar as perdas climáticas registradas por seca em lavouras comerciais de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Bahia e Piauí graças ao aumento da produtividade e da produção registrado em outras regiões. O clima foi favorável à produção colhida de janeiro a junho nas principais regiões produtoras, que incluem Mato Grosso e Paraná, apontou a CNA.

O terceiro trimestre também será de avanço para o agronegócio, avalia a presidente da CNA, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO). Ela considera que aumentou o volume de crédito para expansão da produção e que a colheita do milho de inverno e da cana-de-açúcar avançaram. Além disso, os preços da soja estão subindo por força da alta no dólar. Sua avaliação é de que o ritmo de crescimento vai se manter de fechar 2013 com avanço de 18% no PIB agropecuário. Ainda não foi dimensionado o impacto no PIB da quebra nas lavouras de trigo provocada pelas geadas de julho e da última semana.

Na comparação trimestral, o PIB agropecuário de abril-junho cresceu 3,9% sobre o de janeiro-março. O segundo trimestre deste ano apresentou desempenho 13% melhor que igual período do ano passado ao setor.

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