Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
pib

Planejamento reduz estimativa de crescimento da economia em 2016

Ministério aumentou previsão de salário mínimo de R$ 854 para R$ 855

Em apresentação feita na Comissão Mista de Orçamento do Congresso nesta quarta-feira (27), o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, informou que o governo espera um crescimento de 1% da economia em 2016. Esse percentual é inferior ao previsto para o ano que vem no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016 enviado ao Legislativo. Originalmente, a estimativa era que a alta do Produto Interno Bruto (PIB) ficasse em 1,3%.

A apresentação de Barbosa também informa um valor diferente para o salário mínimo em 2016, de R$ 855. A proposta da LDO definia que a remuneração básica dos trabalhadores fosse de R$ 854 no ano que vem.

O ministro informou que sua pasta vai publicar nesta quinta-feira (28), no Diário Oficial da União, uma portaria que define metas para gastos de custeio para os órgãos públicos. Ele explicou que a medida é mais um passo para a realização do programa de ajuste fiscal que está sendo adotado pelo governo para reequilibrar as contas públicas e retomar o crescimento da economia.

“Por mais paradoxal que pareça, é preciso fazer primeiro um reequilíbrio fiscal para depois fazer a economia crescer”, disse o ministro.

Corte

Na última sexta-feira, o governo anunciou um contingenciamento de R$ 69,9 bilhões no Orçamento de 2015. Os investimentos foram a área mais afetada pela tesourada. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi contingenciado em R$ 25,7 bilhões. Já as demais despesas sofreram um corte de R$ 22,9 bilhões. Para as emendas parlamentares, o contingenciamento foi de R$ 21,4 bilhões.

“O contingenciamento é um dos componentes mais importantes do esforço de reequilíbrio das contas públicas. Ele responde pela maior parte do ajuste fiscal”, disse o ministro aos parlamentares.

O ministro do Planejamento afirmou que as projeções macroeconômicas do governo para 2015 e 2016 são realistas e alinhadas com as estimativas do mercado financeiro: “Não são previsões otimistas nem pessimistas, são consistentes.”

Ele disse ainda que a inflação deve fechar 2015 em 8,26% e 2016 em 5,6%. De acordo com Barbosa, o IPCA só deve convergir para o centro da meta, de 4,5% ao ano, a partir de 2017.

Concursos públicos

O ministro foi questionado sobre quando o governo vai começar a chamar os aprovados em concursos públicos. Barbosa informou que, com o contingenciamento definido, o Ministério do Planejamento vai iniciar essas convocações a partir de junho. Entre os incluídos estão aprovados em concursos do Banco Central e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Barbosa também afirmou que já está negociando o reajuste do funcionalismo público a partir de 2016, mas adiantou que o governo não quer indexar a correção dos salários à inflação passada.

“Nossa política não é de fazer reajustes do funcionalismo indexados à inflação. Estamos num processo de negociação com o funcionalismo e vamos apresentar a nossa proposta em junho. Mas a indexação (dos salários) à inflação passada é ruim para a economia. Já tivemos problemas com isso no passado”, disse.

Ele afirmou ainda que o governo tem preferido trabalhar na calibragem das alíquotas de tributos que já existem para realizar o ajuste fiscal. O governo vem sendo pressionado por parte do PT, centrais sindicais e pelos auditores da Receita Federal para instituir um Imposto sobre Grandes Fortunas, mas resiste. Na avaliação de Barbosa e do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, essa medida tem pouco efeito sobre a arrecadação: “Temos procurado atuar nos impostos que já existem. Nesse momento não faz parte dos planos do governo agir nessa área (de criar novos impostos).”

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.