Começar um negócio requer planejamento e estudo de mercado. Há diversas maneiras de colocar em prática uma boa ideia e entre elas está o tradicional plano de negócios, que ajuda micro e pequenos empresários a refletir sobre as mais diferentes áreas da empresa, como a clientela e ações de vendas, por exemplo. O importante na hora de planejar é saber que os planos não são estáticos e devem acompanhar as mudanças do mercado.
Uma das primeiras recomendações para quem está começando é conhecer o ramo em que vai atuar, para evitar surpresas no futuro. Marcia Fast Loewen abriu, em fevereiro deste ano, uma empresa que organiza eventos corporativos depois de dois anos de planejamento. Neste período ela trabalhou como assistente executiva de multinacionais e era a responsável pela contratação de serviços como os que oferece hoje.
No dia a dia do seu antigo trabalho, Marcia percebeu que havia uma brecha no mercado para uma empresa que se especializasse em atender a grandes empresas. "Eu vi que existia essa oportunidade e comecei a estudar, porque não queria começar algo sem planejar", ressalta.
O pontapé inicial para a abertura da empresa só foi possível devido ao bom relacionamento de Marcia com sua rede de contatos. "Pesquisei junto aos gerentes das empresas qual seria o interesse em contratar uma empresa como a que eu estava abrindo e o retorno foi muito positivo. Meu plano de negócios já passou por algumas mudanças, mas tê-lo me ajudou a concretizar as ideias e deixar meus pés no chão", destaca a empresária.
O consultor do Sebrae-PR Paulo Tadeu Graciano explica que o plano de negócios é uma ferramenta de planejamento, mas o plano por si só não é suficiente para viabilizar a empresa: o que está no papel deve servir de referência para o empresário e facilitar a reflexão sobre o negócio.
O consultor avalia que, durante os dois primeiros anos ,o plano será um companheiro no cotidiano da empresa. "O plano de negócios é uma fotografia dinâmica porque o mercado não é estático, por isso ele precisa sempre ser atualizado. O plano não pode ser uma figura de decoração, ele é um plano de voo para a empresa", analisa Graciano.
Para Daniel Pereira, sócio-fundador da Luz Empreendedora, o plano de negócios é uma ferramenta que ajuda o empresário a refletir sobre a empresa, mas não é a única metodologia usada para colocar em prática o desejo de abrir um negócio. Entre as táticas sugeridas por Pereira está a busca pelo feedback do mercado, assim como fez a Marcia.
"Uma das opções é buscar informações com o mercado, para descobrir o que o cliente quer. Com isso, o empresário volta à estratégia de tentativa e erro, saindo das suposições para validar as hipóteses e aperfeiçoá-las. O importante é refletir sobre a empresa", destaca.
Hora de colocar no papel
Abrir uma empresa não é uma tarefa simples. O empresário precisa refletir sobre todas as características do negócio. Para ajudar os empreendedores a pensarem sobre sua empresa, o Sebrae-PR tem um modelo de plano de negócios que pode servir de base para a abertura de qualquer tipo de atividade.
Sumário executivo: neste item o empresário precisa apresentar, de maneira objetiva, qual o negócio da empresa, os dados do empresário, o setor que a empresa irá atuar, a forma jurídica, além da fonte de recursos que financiarão o negócio.
Análise de mercado: neste ponto o empresário precisa refletir sobre as necessidades de seus consumidores e como irá segmentar o mercado que irá atuar. Neste item o empresário precisa estudar quem serão seus fornecedores e seus concorrentes.
Análise Swot: neste item o empresário deve realizar uma análise de cenário, avaliando as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças de sua empresa.
Processo operacional: neste ponto o empreendedor deve definir a logística da empresa, além de como será o espaço para o atendimento de clientes.
Análise financeira: o empresário precisa definir o investimento fixo, o faturamento da empresa, seu custo fixo, quem irá trabalhar com ele e como fará para pagar seus tributos.




