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Habitação

Portabilidade pressionará Caixa

Banco pode ter de negociar financiamentos antigos para reter clientes. Possibilidade de migrar crédito imobiliário entrou em vigor ontem

Caixa Econômica Federal detém hoje 70% do mercado de crédito imobiliário no país | Antônio More/ Gazeta do Povo
Caixa Econômica Federal detém hoje 70% do mercado de crédito imobiliário no país (Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo)

Com a portabilidade do crédito imobiliário, que entrou em vigor efetivamente ontem, a Caixa Econômica Federal, dona de quase 70% desse mercado, será pressionada a negociar contratos antigos, com juros mais altos, se não quiser perder os clientes. O Banco do Brasil (BB), que tem uma carteira ainda pequena, está pronto a oferecer taxas semelhantes às cobradas pelo maior concorrente do ramo. Até então, os juros mais baixos oferecidos pela Caixa foram destinados aos novos contratos, clientes que estavam comprando o imóvel pela primeira vez.

INFOGRÁFICO: Veja a influência da taxa de juros via portabilidade para o financiamento imobiliário

Os bancos privados também estão atentos, embora o ambiente macroeconômico, com alta na Selic (taxa de juros básica da economia) seja pouco propício a uma maior disputa no sistema financeiro por novos correntistas. "A Caixa estava numa situação muito confortável. Se o Banco do Brasil tiver apetite e interesse em continuar expandindo sua carteira de crédito imobiliário, a Caixa pode ser obrigada a renegociar contratos, principalmente de clientes com quem tem alto nível de relacionamento, como produtos de capitalização, seguro e aplicações", prevê o diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel de Oliveira.

Segundo o vice presidente de Habitação da Caixa, José Urbano Duarte, o foco da instituição continuará sendo a concessão do crédito a quem está comprando a casa pela primeira vez. Duarte disse, no entanto, que o banco está preparado e vai analisar o comportamento num primeiro momento.

A expectativa do governo e do Banco Central (BC) é que comece no país um processo que vai permitir a médio e longo prazo uma redução das taxas de juros na modalidade e um certo nivelamento entre as instituições no custo dos empréstimo para a compra da casa própria. As taxas hoje variam entre 11% e 8,3% ao ano, mais a TR.

Nesse tipo de financiamento de longo prazo (30 a 35 anos), qualquer ponto percentual faz diferença. De acordo com projeções da Anefac, a redução de meio ponto porcentual em um contrato habitacional de 30 anos resulta para o mutuário uma economia de 10% no valor final do financiamento.

O Banco Central espera ainda que a automatização do processo de portabilidade do crédito imobiliário ajude a deslanchar no país a migração de outras modalidades de financiamento, o que já é permitido, desde dezembro de 2006. Em abril deste ano, foram realizadas 43,6 mil operações, no montante de R$ 390,7 milhões.

R$ 3,5 bilhões foram movimentados em negócios no primeiro fim de semana do 10º Feirão Caixa da Casa Própria, que reuniu entre sexta-feira e domingo 64,7 mil visitantes em São Paulo. De 16 a 18 de maio, será a vez de Brasília, Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador receberem o evento. No total, o feirão está oferecendo mais de 370 mil imóveis nesta edição, incluindo unidades do Programa Minha Casa Minha Vida.

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