Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Logística

Porto de Itajaí ainda sofre consequências das chuvas

Capacidade operacional só deve ser recuperada dentro de seis meses. Depois de recuperado, terminal deve ser entregue à iniciativa privada

Área do porto, em foto de 9 de dezembro: reconstrução com R$ 198 milhões do governo federal | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Área do porto, em foto de 9 de dezembro: reconstrução com R$ 198 milhões do governo federal (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Três meses depois das enchentes que devastaram o estado de Santa Catarina, o porto de Itajaí, um dos principais pontos de entrada e saída de mercadorias do país, ainda sofre as consequências dos violentos temporais que causaram a morte de 135 pessoas, deixaram milhares desabrigadas e provocaram bilhões de reais de prejuízo para o estado.

A capacidade operacional do porto está reduzida de 46 para dez navios mensais, e só deverá ser normalizada em seis meses, quando terminarem as obras de dragagem e reconstrução das áreas destruídas no final do ano passado. Quando isso acontecer, o porto deverá deixar de ser operado pela Prefeitura de Itajaí e passar à responsabilidade da iniciativa privada, de acordo com o atual superintendente, Antonio Ayres dos Santos Junior.

Os prejuízos causados pela destruição do porto são tremendos. A perda na arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) do município, que deixa de ser recolhido com a redução da entrada e saída de mercadorias, é de 65%. Isso é só uma parte do prejuízo porque, de acordo com a prefeitura local, há também uma perda ainda não estimada com o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que deixa de retornar ao município. Em razão das perdas, o prefeito Jandir Bellini (PP) teve de bloquear 20% (R$ 120 milhões) do orçamento do município para 2009, logo após tomar posse.

A recuperação do porto custará caro, mas o dinheiro está garantido pelo governo federal: R$ 198 milhões, dos quais R$ 170 milhões para reconstruir os dois berços cais de atração de navios destruídos pela fúria das águas e R$ 28 milhões para refazer o pátio interno do armazém 2, principal local de estocagem de mercadorias zona portuária de Itajaí. Outros R$ 17 milhões já haviam sido liberados para a dragagem que está sendo executada no canal de acesso e na bacia do porto, para permitir o restabelecimento da profundidade de 11 metros, necessária aos navios de maior porte, que hoje não podem utilizá-lo.

Pelo lado do município, o prefeito prorrogou o estado de calamidade pública por mais 90 dias, para acelerar as obras de recuperação do município com equipes da própria prefeitura, sem necessidade de licitações. As principais metas são a recuperação de escolas, da rede de saúde e da malha viária as ruas da cidade, que tiveram 90% de sua área total atingida de alguma forma pelas águas que transbordaram do Rio Itajaí-Açu.

Atualmente, as dragas que trabalham na recuperação da profundidade do canal de acesso do porto já conseguiram aprofundá-lo para 9,5 metros, o que melhorou consideravelmente a navegabilidade. Depois dos temporais do ano passado, a profundidade, que era de 11 metros, foi reduzida para 7,2 metros pelo assoreamento, que é o acúmulo de areia e lixo carregado para o canal pelas águas dos rios que desembocam no estuário do Itajaí-Açu. De acordo com o diretor técnico do porto, José Valdivino Arruda Coelho, a ideia é, futuramente, aprofundar o canal para 14 metros e alargá-lo em 20 metros, a fim de mantê-lo navegável mesmo em caso de novas enchentes. Segundo ele, o dia 20 de março é o prazo para que as dragas restabeleçam a profundidade de 11 metros no canal e o porto volte a receber os maiores navios que lá operavam até novembro do ano passado. Quando isso acontecer, terão sido dragados 2 milhões de metros cúbicos de areia e lixo do fundo do rio.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.