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O abate de mais de 5 mil animais, reiniciado ontem no Mato Grosso do Sul – onde foram identificados cinco focos de febre aftosa e há suspeita de outros – custará pelo menos R$ 10 milhões ao estado e à União. É uma estimativa preliminar, disse João Cavalléro, presidente da Agência Estadual de Defesa Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul (Iagro). "O estado terá de bancar 50% e a União, outros 50%", informou. Segundo ele, o dinheiro permite indenizar os produtores pelo rebanho sacrificado. Numa divisão simples, cada animal custaria cerca de R$ 2 mil.

Segundo Arlindo Perin, presidente do Conselho de Sanidade Animal de Japorã, o valor poderá pagar o custo dos abates, mas ainda falta o compromisso formal dos governos federal e do estado. O valor da indenização pelo sacrifício de tantos animais e a forma como será pago acirraram os ânimos dos grandes e pequenos pecuaristas dos cinco municípios proibidos de comercializar o gado – Eldorado, Iguatemi, Mundo Novo, Itaquiraí e Japorã.

Em Japorã, a reação é mais organizada e, por isso, ali existe uma potencial fonte de conflito entre as autoridades sanitárias e os produtores. Na terça-feira, a cidade recriou o Conselho Municipal de Sanidade Animal, que ensaiou um protesto numa das estradas de acesso ao município.

A Defesa Civil do Mato Grosso do Sul informou que as suspeitas de foco nos assentamentos podem ser confirmadas em pouco tempo. Diante disso, Japorã articula uma reação dos produtores ao abate antes de haver um acordo formal assinado pelo estado. Diferentemente de Eldorado, Japorã quer o depósito antecipado relativo à indenização antes do primeiro tiro ser dado contra um animal.

Embargo

Representantes de empresas exportadoras de carne bovina, suína e de frango vão se reunir hoje, em Brasília, com o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Alves Maciel. No encontro, discutirão a estratégia para reverter o embargo imposto por vários países ao produto nacional em conseqüência da descoberta de focos de febre aftosa. O Ministério da Agricultura investiga a suspeita de dez novos focos naquela região, além dos cinco oficialmente confirmados.

O presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (Abiec), Marcus Vinicius Pratini de Moraes, estimou uma queda imediata de 30% nos embarques de carne ao exterior. Até agora, União Européia, Argentina, Chile, África do Sul, Israel, Rússia e Cuba anunciaram oficialmente algum tipo de embargo. As restrições variam. Elas valem para todo o país, para alguns estados ou só para Mato Grosso do Sul, dependendo do país importador. A Rússia, importante destino da carne brasileira, suspendeu apenas as compras de Mato Grosso do Sul.

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